Trabalhadores da Educação do município de Nova Guarita, a 667 km de Cuiabá, decidiram em assembleia geral realizada na tarde de hoje (14), que a greve continua até que o Executivo Municipal elabore e implante do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), inclua todos os profissionais no Plano (inclusive funcionários da Educação) e garanta reajuste salarial. Segundo a secretária de Redes Municipais da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Walquíria Helena Guedes, "Continuaremos em greve até que eles cumpram a lei. Não estamos pedindo nada mais do que está na Constituição Federal".

A sindicalista conta que os profissionais da educação estão com os salários cortados desde a segunda quinzena de agosto. Além disso, ela relata a pressão que a categoria sofre diariamente para retornar ao trabalho. "O Executivo Municipal está pressionando os trabalhadores da educação para que retornem ao trabalho e até colocaram anúncio nas rádios, mas não demonstram vontade alguma de negociar com a categoria, muito pelo contrário, não nos recebem", frisa.

Segundo Walquíria Guedes, o prefeito Antônio Zanatta disse aos profissionais que não é possível atender às reivindicações. Ela informa que a situação está muito complicada no município devido à truculência do prefeito e que a categoria está mobilizada e não desistirá da luta por Educação de qualidade.

Autoritarismo no Executivo Municipal - A luta pela reestruturação do PCCS começou em junho deste ano, quando a categoria ficou em greve entre 21 e 28 daquele mês. A paralisação foi encerrada em função de um acordo que resultou na formação de uma comissão para elaboração do Plano. Tal encaminhamento só foi possível após o titular da Vara Única da Comarca de Terra Nova do Norte, juiz Érico de Almeida Duarte, propor uma audiência de conciliação entre a categoria e o Executivo Municipal. Os estudos foram feitos, mas o gestor não cumpriu o compromisso firmado.

O prefeito da cidade, Antônio José Zanatta, ao perceber a mobilização dos trabalhadores da educação, iniciou as retaliações ao movimento. No dia 04 de agosto, ele exonerou a diretora de escola, Monalisa Soraia Roese, que ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Isso porque a prefeitura foi alvo de denúncia por manter servidores de outras secretarias na pasta com recursos na Educação.

Além disso, a categoria denunciou que duas funcionárias da educação receberam, juntamente com o salário, pagamento de hora extra sem terem sequer comparecido ao trabalho. "Apesar de terem votado contra a greve, não houve aulas, não tinham alunos nas escolas, portanto, não poderiam ter recebido a gratificação", protestou Walquíria Guedes. De acordo com a sindicalista, o secretário municipal de Educação, Dalcio Conceição de Araújo, disse que as servidoras receberam hora extra por terem desempenhado um bom trabalho.

No dia 08 de agosto, em uma reunião, o Conselho Deliberativo Escolar não aceitou tais atitudes do Executivo Municipal. Por este motivo, o prefeito Antônio Zanatta juntamente com a equipe da Secretaria Municipal de Educação, reconheceu o erro e reconduziu a diretora de escola ao cargo. Além disso, as duas servidoras que receberam hora extra sem terem trabalhado tiveram que devolver os benefícios.

 

 

Cuiabá, MT - 14/09/2011 00:00:00


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