Profissionais da
Educação de Mato Grosso estiveram, no sábado (15), no Centro de Eventos do
Pantanal para participar do VIII Encontro Estadual da Educação do Sindicato dos
Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). O objetivo foi o
enfrentamento frente às políticas da negação do direito, para a superação dos
problemas educacionais, visando a valorização profissional e a formulação de
políticas públicas que fortaleçam a implementação do Projeto Político
Pedagógico (PPP), a fim de garantir a construção de uma escola pública de tempo
integral, com jornada única de trabalho para os profissionais da Educação e
regime de colaboração entre os entes federativos.
O secretário de
Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (SASE/ME),
Carlos Abicalil, compôs uma das mesas-redondas, abordando o tema "As Novas
Diretrizes Curriculares Nacionais e o Fortalecimento dos Projetos Políticos
Pedagógicos". "Esse processo de implementação da Resolução nº 04 de 2010 do
Conselho Nacional de Educação (CNE) ocorre sob uma base institucional nova, em
função da obrigatoriedade ampliada da educação básica, das novas
responsabilidades da União junto aos Estados e municípios e de uma lei que
organiza a carreira e a remuneração dos profissionais da Educação, que é a Lei
do Piso", pontuou. "Foi um processo de construção bastante longo, de diversas
oitivas e de desenhos de novas institucionalidades, o que não quer dizer que é
uma diretriz sem problemas uma vez que representa uma diversidade de
pensamentos e orientações", complementou.
Dentre as contradições
citadas pelo secretário da SASE/ME está a questão de que a formação
profissional continua sendo por disciplina enquanto que o currículo propõe
áreas de conhecimento. "Como falar em interdisciplinaridade quando as
licenciaturas são por matéria de estudo?", indagou. "Inclusive, os concursos
públicos atendem esse modelo antigo", acrescentou. Por isso, o gestor destacou
o papel do PPP. "Estamos diante de uma nova geração de profissionais que está
enfrentando as contradições entre o que é norma e o que é a realidade e é esse
confronto que deve ser expressado no PPP".
O ex-deputado federal
lembrou ainda que Mato Grosso antecedeu às normas nacionais, mesmo em um
contexto de adversidades. "A obrigatoriedade do ensino médio
Para o presidente do
Sintep-MT, Gilmar Soares Ferreira, a organização curricular é o cerne do
ambiente escolar. "A escola se torna atrativa se ela, de fato, tiver um
currículo que vem ao encontro dos anseios da comunidade e das necessidades do
nosso tempo", disse. "Por isso é fundamental que a gente renove as metas e
objetivos necessários para atender esses objetivos". Gilmar Soares pontuou
ainda sobre a necessidade dos profissionais da Educação visualizarem a escola
como um organismo fundamental para o exercício da cidadania. "Somos formados
numa organização curricular progressista, mas na prática é conservadora uma vez
que coloca o aluno numa prática bancária, ou seja, não se coloca o aluno como
sujeito do conhecimento", refletiu. "É preciso fazer o aluno pensar e repensar
os conteúdos repassados na escola e, por isso, essa reflexão sobre a
organização curricular é importante".
Na mesma mesa, ainda
contribuíram com os debates duas professoras da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), Ozerina Victor de Oliveira e Jorcelina Fernandes, que falaram
sobre a Organização Curricular na Educação Básica. Na oportunidade, a
secretária Adjunta de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de
Educação, Fátima Rezende, também relatou como a pasta vem atendendo as demandas
da Resolução nº 04/2010.
Outros assuntos - Três outras mesas foram realizadas
na sábado (15) para tratar dos temas "Saúde do Trabalhador: Qualidade de Vida",
"Valorização Profissional: Piso, Carreira e Jornada - As Condições Elementares
para a garantia da Qualidade da Educação" e ainda "Apreciação e referendo das
proposições do VIII Encontro Estadual da Educação". O Sintep-MT promoveu também
um jantar de confraternização em homenagem ao Dia do/a Professor/a.