O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) defende firmemente a ampliação do número de vagas no ensino público superior no país. No entanto, neste momento considera fundamental a adoção do sistema de cotas para estudantes oriundos das escolas públicas nas universidades públicas, pois significa um passo a mais em direção à inclusão social da maior parcela da sociedade brasileira e mato-grossense que frequenta a escola pública.

A adoção das cotas para alunos das escolas públicas representa uma ferramenta a mais no difícil caminho para melhorar as condições de acesso dos estudantes mais pobres às universidades públicas e eliminar a discriminação racial e as diferenciações econômicas e sociais. Por isso, é importante que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprove a proposta do sistema de cotas de no mínimo 50% das vagas ofertadas em cada curso regular da instituição para estudantes das escolas públicas. Essa votação deve ocorrer no dia 31 de outubro e tem sido acompanhada de perto pela sociedade civil organizada.

No Brasil, não temos nenhum problema em perceber a existência das diversidades. Mas isso não significa que existe respeito à diversidade. Portanto, é preciso construir o respeito às diferenças. E as cotas sociais no ensino público superior podem ser fundamentais nesse processo. É importante não perder de vista a dimensão histórica, pois não há nada de inédito nessas discussões.  E não há dúvida de que a universidade se transformou em um feudo das elites, principalmente em alguns cursos.

Temos ciência que o sistema de cotas e os projetos de ações afirmativas são temporários e não atingirão plenamente o objetivo de inclusão social enquanto não houver mais investimentos na educação básica.  Por isso, a qualidade do ensino nas escolas públicas precisa melhorar. Algumas iniciativas, como a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), e agora a luta pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação são importantes. Mas não bastam. É preciso garantir que todas as escolas tenham um padrão mínimo de qualidade em pessoal efetivo e valorizado salarialmente, infraestrutura, equipamentos novos, qualificação e formação continuada para professores e funcionários e mais investimento.

 

 

Sintep/MT  

Cuiabá, MT - 24/10/2011 00:00:00


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