A Direção Central do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) vem a público reafirmar a posição favorável à adoção da política de cotas para alunos oriundos das escolas públicas.

Nossa defesa se baseia no argumento de que o acesso às vagas no ensino superior público representa uma pirâmide social invertida, considerando o universo dos alunos que frequentam a escola pública neste país, mais de 80% dos estudantes, que não têm acesso à universidade pública na mesma proporção.

O sistema de reservas de vagas sociais e raciais não resolverá o grave problema da falta de oferta de vagas nas instituições federais e estaduais de ensino superior. Na verdade, as cotas são instrumentos de democratização do acesso ao ensino superior público, mesmo que de forma paliativa.

Neste sentido, queremos reafirmar todo nosso apoio às políticas que buscam reverter a exclusão dos alunos oriundos das escolas públicas dos bancos das universidades públicas. A reserva de vagas e o SISTEMA DE SOBREVAGAS, já aprovado desde 2003 e ainda não implementado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), são políticas afirmativas que necessitam ser postas em práticas urgentemente.

Queremos concordar que a reserva de vagas de no mínimo 50% para alunos da escola pública, bem como a política de sobrevagas prevista na resolução 110/2003 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), aponta para uma maior democratização do acesso ao ensino público superior em Mato Grosso. Mesmo assim, sendo colocadas em prática, ainda não estabeleceriam a devida correlação de matrículas entre os que frequentam a escola pública.

Queremos nos manifestar contrários a qualquer tentativa de confrontar as duas políticas, uma vez que tal decisão terá o efeito de apenas retardar esse viés de democratização ao ensino superior em Mato Grosso, lamentavelmente defendida por alguns integrantes do próprio magistério federal.

Nossa luta deve apontar que, na conquista de direitos, não iremos dar nenhum passo atrás e retroceder, mas sempre avançar rumo à universalização do acesso e à permanência dos estudantes no ensino público superior. É hora de fazer a luta pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB), garantindo recursos para as escolas públicas deste país.

 

Cuiabá, MT - 27/10/2011 00:00:00


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