Apesar dos avanços econômicos e sociais dos últimos anos, a herança escravocrata brasileira continua a ferir a esperança de vida de milhões de afro-descendentes no Brasil, principalmente das mulheres negras. A realidade mostra que os porões dos navios negreiros foram substituídos por outros cenários de exploração e discriminação como as favelas, cortiços e escolas. Estas reflexões são propícias, principalmente porque em 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra e 2011 é o Ano Internacional dos Afro-descendentes.
Um significativo passo de
enfrentamento a esse quadro de injustiça social foi dado com a aprovação do
Estatuto da Igualdade Racial que, juntamente com outros instrumentos de
políticas públicas, formam um considerável conjunto de mecanismos de apoio,
proteção e direcionamento ao combate ao preconceito racial no País. Mas, muito
ainda precisa ser feito.
Nesse contexto, a Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), por meio do seu Coletivo
Antirracismo Dalvani Lellis e de todas as suas secretarias, tem se empenhado
para disseminar uma cultura antirracista não só nas escolas, como também no meio
sindical e na sociedade, com base nos encaminhamentos de seu 5º Encontro
Nacional, que definiu a criação de uma Coordenação Nacional representativa das
diversas regiões do Brasil, além da publicação de um Caderno de Educação
próprio.
A CNTE continua ativa em defesa das ações afirmativas na educação, apoiando as políticas públicas voltadas à garantia de direitos para a população negra, fortalecendo seu Coletivo Antirracismo e entendendo que a política educacional para as relações étnico-raciais e para as comunidades quilombolas, não pode ser tratada com um tema geral de diversidade ou como um mecanismo de educação inclusiva, mas como uma política educacional fundamental para o conjunto da população brasileira.