Devido à grande procura ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) a respeito do não atendimento do MT Saúde aos servidores, provocamos várias reuniões do Fórum Sindical, que contaram com 16 representantes. O número expressivo de sindicatos forçou reuniões com os representantes do MT Saúde, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Secretaria de Estado de Administração (SAD/MT), Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), e inclusive, audiência pública uma vez que o Exmo. governador Silval Barbosa se negou em atender o Fórum.

Portanto, o problema era e continua sendo o não atendimento aos servidores que pagam o plano em dia. O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores possui, hoje, mais de 54 mil usuários. Conta com aproximadamente 17 mil titulares do plano, com um custeio mensal de R$ 8 milhões, sendo 68% pela fonte 122 - pago por servidores - e apenas 32% pela fonte 100 - pago pelo Estado. Tem orçamento para 2011 de R$ 96 milhões, sendo que a maioria dos cotistas e usuários é da Educação que, consequentemente, são os maiores pagadores do plano.

Vale lembrar que, desde 2003, quando foi constituído o MT Saúde, o modelo de gestão é o mesmo. Ou seja, como autarquia dotada de personalidade de direito público de autogestão do Estado, poderia ser um plano misto, afinal o maior percentual do custeio é bancado pelos servidores públicos.

Após um período considerado de funcionamento, razoável, a situação da gestão do MT Saúde agravou-se de forma insustentável, conforme os seguintes pontos críticos, abaixo citados com base nas informações repassadas pelos senhores Bruno Sá Freire Martins, presidente do MT Saúde; José de Jesus Nunes Cordeiro, secretário Adjunto de Administração; e César Roberto Zílio, secretário do Estado de Administração:

- responsabilidade do risco inerente da atividade assistencial de saúde;

- desequilíbrio das contas do MT Saúde;

- obrigatoriedade do registro junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio de uma operadora;

- decisão do TCE/MT condenando o modelo de financiamento da assistência médica dos servidores, recomendando a não existência de aporte financeiro por parte do Estado para tal finalidade; e

- a rescisão do contrato de autogestão do Estado com a Administradora de Assistência de Saúde.

A Administradora do MT Saúde provia um orçamento mensal de R$ 600 mil, com o nome de Conectmed - CRC - Consultoria, Administração e Tecnologia em Saúde LTDA, sociedade empresária limitada, com sede na cidade de Barueri, Estado de SP, sito a Rua Alameda Tocantins número 525, sala 16, centro empresarial Alphaville, CEP 06455-020, CNPJ 03.523.778/0001-73, nome fantasia Connectmed - representada pelo gerente, Glauber Del Barco Neves.

Esta rescisão contratual de autogestão, entre Estado e Connectmed, fez com que outra operadora fosse contratada com o objetivo de solucionar os problemas existentes, para tentar camuflar os vícios de origem no referido contrato e as inúmeras irregularidades evidenciadas pela própria Auditoria-Geral do Estado (AGE) que apontou, entre outras, um desvio de R$ 3,6 milhões do fundo MT Saúde.

Embora o curto prazo fosse suficiente para desmascarar a farsa de que, além de a nova gestão não funcionar, verificou-se também que o mal feito sempre é descoberto, ou seja, a problemática séria com relação ao plano que, infelizmente, é algo de muita preocupação para os cotistas, conforme os dados da AGE.

Portanto, o cenário é desanimador, com médicos se descredenciando em todo o Estado, sob a alegação de não receberem do plano; hospitais que afirmam não receber as cotas devidas; e o servidor, que paga em dia, sem ter atendimento.

Diante desta situação caótica, o Sintep-MT repudia integramente este cenário e em tempo recomenda aos participantes cotistas do MT Saúde que não solicitem o cancelamento do plano para não significar desistência pois, em caso de uma decisão de extinção do plano, dificultaria  manter a garantia de seus direitos. A recomendação é guardar todos os comprovantes de descontos, já que isso ocorre direto na folha de pagamento.

Assim, constatados os descontos e o não atendimento, orientamos solicitar a suspensão dos descontos na Secretaria de Estado e Administração, com cópia ao MT Saúde, e aguardar soluções futuras, já que estamos exigindo do governo de Mato Grosso as devidas providências. E lamentamos que, até o momento, o Exmo. governador Silval Barbosa não se pronunciou, a fim de resolver essa situação, o que demonstra a falta de vontade política e de responsabilidade com a saúde dos servidores públicos.


Cuiabá, MT - 18/11/2011 00:00:00


Print Friendly and PDF

Exibindo: 6021-6030 de 7589

Facebook

Curta nossa página no Facebook

Twitter

Siga nosso perfil no Twitter