Apesar dos avanços
econômicos e sociais dos últimos anos, a herança escravocrata brasileira
continua a ferir a esperança de vida de milhões de afrodescendentes no Brasil,
principalmente das mulheres negras. A realidade mostra que os porões dos navios
negreiros foram substituídos por outros cenários de exploração e discriminação
como as favelas, cortiços e escolas.
Um significativo passo de
enfrentamento a esse quadro de injustiça social foi dado com a aprovação do Estatuto
da Igualdade Racial que, juntamente com outros instrumentos de políticas
públicas, formam um considerável conjunto de mecanismos de apoio, proteção e
direcionamento ao combate ao preconceito racial no País. Mas, muito ainda
precisa ser feito.
Nesse contexto, a Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), por meio do seu Coletivo
Antirracismo Dalvani Lellis e de todas as suas secretarias, tem se empenhado
para disseminar uma cultura antirracista não só nas escolas, como também, no
meio sindical e na sociedade, com base nos encaminhamentos de seu 5º Encontro
Nacional, que definiu a criação de uma Coordenação Nacional representativa das
diversas regiões do Brasil, além da publicação de um Caderno de Educação
próprio.
A CNTE continua ativa em
defesa das ações afirmativas na educação, apoiando as políticas públicas
voltadas à garantia de direitos para a população negra, fortalecendo seu
Coletivo Antirracismo e entendendo que a política educacional para as relações
étnicorraciais e para as comunidades quilombolas, não pode ser tratada com um
tema geral de diversidade ou como um mecanismo de educação inclusiva, mas como
uma política educacional fundamental para o conjunto da população brasileira.
Fonte: CNTE