O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, participou da segunda audiência pública para discutir o projeto de Lei Orçamentário Anual (LOA), exercício financeiro de 2012, na quarta-feira (16), no auditório Milton Figueiredo, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT). O orçamento para 2012 está estimado na ordem de R$ 13 bilhões, apontando um incremento de 8% em relação a 2011. Desse total, R$ 1 bilhão e 500 milhões integram o orçamento 2012 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) e representam um crescimento de 11% no orçamento em relação a 2011 que ficou na casa de R$ 1bilhão e 300 milhões.
Durante a sua fala na audiência pública, o presidente do Sintep/MT alertou para o crescimento da complexidade de atendimento da demanda educacional no Estado, em que velhos problemas como infraestrutura, falta de pessoal efetivo e valorizado e o crescimento das matrículas, principalmente no ensino médio, apontam que atual patamar de orçamento da Educação não suportará a demanda.  "O que levará a educação estadual a estar falida em termos de orçamento", frisou.
Segundo Gilmar Soares, a situação de crescimento vegetativo do orçamento da educação "tem obrigado os gestores a tomarem medidas de condição burocratizante do ambiente escolar, com uma gestão economicista e centralizante, invertendo a ordem do processo pedagógico que deve proporcionar a descentralização política e autonomia financeira para as escolas". Durante a abertura da Conferência Estadual de Avaliação do Plano Estadual de Educação (Conappe), na terça-feira (15) à noite, o presidente do Sintep/MT já havia afirmado que o "que vemos nas escolas são profissionais inseridos num processo de atividade muito mais voltado para responder a um sistema que, via de regra, apresenta falhas, do que para pensar a aprendizagem de qualidade dos nossos estudantes".
Na audiência pública, o presidente do Sintep/MT destacou também os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) "que não representam de fato a condição de aprendizagem dos alunos".
Ele alertou ainda para os próximos eventos que acontecerão no Brasil e no Estado, como a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e até mesmo as eleições gerais e municipais, que vão exigir  "um processo educacional capaz de qualificar os filhos e filhas de Mato Grosso para serem inseridos nestes eventos numa condição de cidadania, seja ocupando postos de trabalhos aqui criados, seja do ponto de vista da participação social".
O presidente do Sintep/MT chamou a atenção para dois problemas graves que contam com a anuência de todos os poderes, inclusive da Assembleia Legislativa: o descumprimento da Constituição Estadual do artigo que prevê a aplicação de no mínimo 35% da arrecadação em educação; e do artigo que afirma que em caso de renúncia fiscal os recursos da educação devem ser preservados e garantidos para a pasta.
Para encerra a sua fala, Gilmar Soares afirmou que, caso não haja mais investimentos em educação em Mato Grosso, "continuaremos a não reunir em nossas escolas as condições para evitarmos tragédias como a que aconteceu na Escola Cesário Neto, em Cuiabá, onde dois alunos assassinaram um outro estudante da própria escola, e os tiroteios ocorridos nas escolas Jaiminho e Dunga Rodrigues, em Várzea Grande".
A audiência pública contou com a participação do secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes. O secretário usou parcela significativa do tempo para justificar o bom desempenho no IDEB do ensino fundamental e lamentar os péssimos resultados no ensino médio que, segundo ele, é a área mais carente da educação básica em Mato Grosso.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação

Cuiabá, MT - 22/11/2011 00:00:00


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