O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) participou da assembleia convocada pelo Sindicato dos Jornalista de Mato Grosso (SINDJOR/MT), ontem (21), em frente a sede do jornal Folha do Estado, em Cuiabá. O movimento também teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT/MT) e do Sindicato dos Bancários.
A assembleia pública, como foi denominada pela diretora de mobilização, jornalista Keka Werneck, contou com um número expressivo de manifestantes. "Os jornalistas, fotógrafos, motoristas, gráficos e todos os trabalhadores da Folha do Estado estão com dois meses de salários atrasados. No Diário de Cuiabá, os salários chegam até a quatro meses de atraso. Isso não é de hoje, há anos esses profissionais convivem com essa situação. O sindicato vem negociando na justiça, mas hoje o nosso objetivo é forçar uma negociação", relatou a diretora de mobilização. 
"O salário médio da categoria é de R$ 1.5OO, valor do piso salarial em Mato Groso, que acaba sendo praticado como teto", criticou a sindicalista  ao mencionar  o salário pago em atraso pelas empresas de comunicação.
Segundo o presidente da CUT/MT e secretario de Comunicação do Sintep/MT, Julio Martins Viana, os trabalhadores da imprensa mato-grossense há muito tempo sofrem com essa situação constrangedora. "Considerando a importância dessa categoria e a relevância social, esta categoria recebe salário irrisório, além de se submeter a extensas pautas e múltiplas jornadas de trabalho. E para tornar mais precária e a ainda mais cruel essas condições de trabalho, vem o atraso salarial. Que não se justifica, tendo em vista que essas empresas têm em seu faturamento, não apenas contabilizadas a venda de suas edições, mas principalmente, a publicidade. É preciso ter que esses proprietários tenham 'vergonha na cara'. Eles nem podem ser chamados 'de empresários', pois para receber esse nome tem que fazer jus a responsabilidade social", analisa o professor Julio Viana.
"Uma impressa livre pressupõe primeiro um profissional que não seja constrangido ao publicar matéria de interesse econômico ou político de algum grupo. Significa profissionais que não sejam censurados por expressarem sua opinião com relação a assuntos que ferem os interesses econômicos ou políticos de algum grupo. Significa esses profissionais receberem salários dignos e em dia e significa ter controle social sobre a atuação dessas empresas, tendo em vista, que a impressa é o olhar da cidadania", avaliou o presidente da CUT/MT.
Para Julio Viana, "salário não é consórcio para pagar em parcelas", acrescentou indignado com a proposta do Jornal Diário de Cuiabá de pagar os salários dos seus funcionários em 16 parcelas.
Agenda de pagamento - Durante a assembleia, foi apresentado um calendário de pagamento pelos advogados da Folha do Estado para os jornalistas e gráficos: pagamento da folha de setembro até sexta-feira (25); o pagamento da folha de outubro até cinco de dezembro; e uma nova rodada de discussão sobre juros no dia 15 de dezembro. O pagamento do salário de novembro e do décimo terceiro está previsto para o dia 20 de dezembro.
A agenda de compromisso foi aprovada com indicativo de estado de greve, que será avaliado em uma outra assembleia convocada para a próxima sexta-feira (25), em frente ao prédio da Folha do Estado.

Crédito da foto:Sindjor


 

Cuiabá, MT - 22/11/2011 00:00:00


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