O início da greve no município de Alto Paraguai, 219 km de Cuiabá, foi marcado, ontem (23), por uma manifestação. O protesto contou com o apoio da população que, junto com os trabalhadores da educação, percorreu as ruas da cidade e se concentrou em frente à prefeitura municipal.
Para a diretora do polo regional Médio Norte I, Miriam Botelho Petrenko, em Alto Paraguai "é urgente a adoção de políticas e de ações estratégicas que busquem efetivar uma educação com qualidade e socialmente referenciada pela melhoria da aprendizagem e pela valorização dos profissionais da educação."
A paralisação dos trabalhadores de educação demonstra a insatisfação da categoria diante das inúmeras tentativas de negociação com a prefeitura. Direitos mínimos como a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), com jornada de 30 horas, e garantia do piso único de R$ 1.187,00 não foram atendidos pelo Executivo Municipal.
O piso salarial de R$ 650,00 é um dos menores de Mato Grosso. "Se for comparar com o piso pago pelos oito municípios da regional Médio Norte II, Alto Paraguai é o que paga o menor. Até o município de Rosário Oeste, com rede escolar e perfil econômico idênticos, já paga o piso de R$ 1.187,00", explica a sindicalista.
A categoria só retornará aos trabalhos após o atendimento das reivindicações: encaminhamento imediato do projeto de lei com a reformulação do PCCS à Câmara Municipal, para ser aprovada ainda neste mês; garantia do piso salarial unificado no valor de R$ 1.187,00, para com jornada de 30 horas, conforme a Lei Federal n°11.738 de 16 de julho de 2008; e a apresentação de um cronograma com a previsão de ações capazes de garantir o atendimento das necessidades de infraestrutura física, além de recursos pedagógicos para a  rede escolar do município.
Segundo Miriam Botelho, "a desvalorização dos salários da educação se dá porque o município não vem aplicando nem o reajuste previsto na Lei nº. 11.738/ 2008, referente ao piso salarial, e nem tem feito correções das perdas inflacionárias dos últimos três anos".
As péssimas condições do transporte escolar, equipamentos e a falta de estrutura física nas escolas também preocupam a categoria. A diretora regional reclama ainda da demanda escolar no município. "O atendimento da demanda educacional é abaixo da exigida, principalmente na educação infantil. Faltam recursos para materiais didáticos e uma política sistemática de formação continuada voltada para os trabalhadores da educação, " criticou Miriam Botelho.
Conquistas da categoria
Mesmo com a ausência de uma política educacional voltada para a valorização profissional e melhoria nas condições de trabalho, a rede municipal de ensino conquistou resultados positivos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Desde o ano de 2009, o município já atingiu a meta proposta para 2013. Para diretora regional, "os resultados são méritos da prática pedagógica dos profissionais da educação no município e não do poder público".

 Fonte: Pau e Prosa Comunicação

Cuiabá, MT - 24/11/2011 00:00:00


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