O uso de tablet na rede
pública de ensino vai começar pelos professores do ensino médio. A partir do
segundo semestre, o Ministério da Educação (MEC) deve iniciar a distribuição
dos equipamentos para 598.402 docentes.
Os primeiros da lista são os
professores de escolas que já têm internet em alta velocidade (banda larga),
que somam 58.700 unidades. A ideia é o computador portátil chegar a 62.230
escolas públicas urbanas.
Para o MEC, o programa tem
mais chances de sucesso se o professor dominar o equipamento e o seu uso, antes
de chegar ao aluno. "A inclusão digital tem que começar pelo professor. Se ele
não avançar, dificilmente a pedagogia vai avançar", disse o ministro Aloizio
Mercadante. Cursos de capacitação presencial e à distância vão ser oferecidos
ao professor, assim que o aparelho começar a ser distribuído.
Com o tablet, o professor poderá
preparar as aulas, acessar a internet e consultar conteúdos disponíveis no
equipamento - revistas pedagógicas, 60 livros de educadores, principais jornais
do país e aulas de física, matemática, biologia e química da Khan Academy,
organização não governamental que distribui aulas on-line usadas em todo o
mundo.
As aulas preparadas no
tablet, segundo o ministro, serão apresentadas por meio da lousa digital,
espécie de retroprojetor combinado com computador, que muitas escolas já usam
desde o ano passado. No decorrer de 2011, foram entregues 78 mil desses
equipamentos.
Para o ministro, a
tecnologia do tablet, em que os comandos podem ser acionados por meio de toques
na tela, é mais "amigável" para leitura e acesso à internet em comparação a
outros computadores.
Com a novidade, Mercadante
espera também tornar a sala de aula mais atrativa para os adolescentes. "O
ensino médio é o grande nó da educação. Os indicadores não são bons e a evasão
escolar é alta. A escola não está atrativa para o jovem. Esses equipamentos
fazem parte do esforço para melhorar o ensino médio", diz.
Para levar o tablet à sala
de aula, o MEC irá desembolsar de R$ 150 milhões a R$ 180 milhões para comprar
até 600 mil unidades este ano. Em dezembro passado, o ministério abriu
licitação para a aquisição de 900 mil aparelhos de fabricação nacional, de 7 e
O governo pagará quase R$
300 pelo tablet de
Apesar do processo de compra
ter sido iniciado no ano passado, Mercadante destaca o programa como uma de
suas primeiras ações no comando do ministério. "Esse programa foi desenhado nesse
período que estou aqui", disse, explicando que a gestão do antecessor, Fernando
Haddad, lançou o edital de compra para atender a pedidos de estados e
municípios.
As empresas Digibras e a
Positivo venceram a licitação. O contrato deve ser fechado somente em abril,
após o Inmetro avaliar se os produtos atendem às exigências do edital.
Depois de distribuir para os
professores do ensino médio, o ministro quer entregar os aparelhos para os
docentes do ensino fundamental. Ainda não há previsão sobre quando os alunos
receberão o equipamento.
Apesar da chegada do tablet
nas escolas, Mercadante garante que isso não significa o fim do Programa Um
Computador por Aluno (UCA), que distribui laptop aos estudantes.
Fonte: Agência Brasil