Representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) estão participando das mobilizações contra a precariedade nos atendimentos realizados pelo MT Saúde. O movimento é organizado pelo Fórum Sindical de Servidores do Estado de Mato Grosso. Segundo o secretário de Finanças do Sintep/MT, Orlando Francisco, os manifestantes estão acampados desde segunda-feira (20), na sede do instituto, como forma de protesto. Não há prazo para encerrar o movimento, que já conta com a participação de 16 sindicatos estaduais.
Na terça-feira (21), integrantes do Fórum foram ameaçados de prisão. "A Polícia Militar foi acionada e informou que caso não deixássemos o local, seríamos presos". A situação foi contornada e os manifestantes continuaram no MT Saúde até o final da noite. Na quarta-feira (22), logo pela manhã, os sindicalistas retornaram para o local. Na quinta-feira e sexta-feira o movimento seguiu
"Os atendimentos não estão sendo feitos na sua integralidade. Pacientes do interior estão vindo até Cuiabá, pois não conseguem ser atendidos. Isso mostra o descaso do governo com os servidores. Essa é uma situação de calamidade. Queremos que isso seja amenizado". Orlando Francisco destaca que durante reunião com a categoria, o governador Silval Barbosa e membros a Secretaria Estadual de Administração (SAD) manifestaram descaso. "Ele [Silval Barbosa] informou que não iria mais se manifestar sobre o MT Saúde e que a resposta seria apresentada em outubro deste ano, quando ele entregaria nova proposta para a empresa que administra o plano".
Responsável pela gerência do MT Saúde, a operadora São Francisco relata os atrasos nos repasses estaduais como justificativa para o déficit nos atendimentos médicos, cirurgias, consultas e demais serviços realizados pelo MT Saúde. "Solicitamos uma reunião com o governo do Estado e a São Francisco para esclarecer a situação. Enquanto a operadora afirma que não recebe os valores, o governo destaca o pagamento", explica Orlando Francisco. O sindicalista detalha ainda que devido à situação, muitos médicos também têm deixado de atender os conveniados. "Chegamos ao ponto de não ter mais neurologistas e psiquiatras". Contrários às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que atualmente administraram todos os hospitais regionais do Estado e inúmeras unidades municipais de saúde, o secretário do Sintep/MT completa dizendo que os trabalhadores da Educação defendem a saúde pública e aguardam resposta do Estado.