Quase
um ano depois de o Ministério da Educação (MEC) definir a primeira data da aula
inaugural para a retomada do Profuncionário, ainda não há previsão para o
início da profissionalização em Mato Grosso. A data mais recente, 20 de agosto,
foi descumprida.
Durante
a reunião da Coordenação Estadual do Profuncionário, na quinta-feira (30), a
Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) demonstrou desconhecer com precisão
os motivos que impossibilitaram o início das aulas no mês de agosto. Segundo a
Seduc, havia um representante do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em
Brasília, para tratar do Profuncionário e que nova reunião com a Coordenação
Estadual deverá ser convocada para que o IFMT possa relatar as informações no
encontro com o MEC.
Diante
das cobranças feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato
Grosso (Sintep/MT) e da indignação dos funcionários da educação que têm cobrado
um posicionamento da Secretaria, a secretária adjunta de Políticas Educacionais
da Seduc/MT, Fátima Resende, se comprometeu em solicitar, por escrito, do
Instituto Federal o porquê do não início do Profuncionário no dia 20 de agosto.
E, conforme a resposta e as informações trazidas de Brasília, ela afirmou que a
Seduc deverá ir à Capital federal na tentativa de reassumir a execução do programa.
Fátima
Resende assumiu que a Seduc não planejou financeiramente para custear o
pagamento dos tutores, como fazia anteriormente, em conjunto com os municípios,
mas que não é necessário que o MEC repasse recurso ao órgão central. Segundo a secretária
adjunto, deverá ser levada ao MEC a
proposta da dinâmica utilizada no
Proinfantil, na qual o Ministério repassa o valor da bolsa direto aos tutores,
sem necessariamente passar pela Seduc, se isso for o problema.
A técnica
administrativa e secretária-geral do Sintep/MT, Jocilene Barboza dos Santos,
participou da reunião da Coordenação Estadual do Profuncionário. A sindicalista
constatou que esta situação tem perdurado porque, infelizmente, ainda não há
convicção, por parte dos governos, sobre o direito à formação dos funcionários
e nem da importância desta formação para a educação.
Para
Jocilene Barboza, é demasiadamente tardia a iniciativa da Seduc de agora reassumir
o Profuncionário. "Basta lembrar que o Sintep/MT há dois anos vem dizendo que a
Secretaria poderia, e deveria, continuar a oferta dos cursos técnicos,
independente dos Institutos Federais ofertarem, e, só depois deste prejuízo
irreparável de dois anos sem a profissionalização é que começam a admitir esta possibilidade. Para o governo
é cômodo não profissionalizar, para não valorizar o funcionário na carreira,"
destaca a secretária-geral do Sintep/MT.
O
descaso do governo federal, que tem postergado a retomada do Profuncionário,
deverá ser pautado por Mato Grosso no Conselho Nacional de Entidades (CNE) da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que será realizado
amanhã (04), e o direito a
profissionalização reafirmado na Marcha Nacional nesta quarta-feira (5), em
Brasília.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação