Constituída de rostos, fotos e fatos, a exposição "1000 Mulheres Pela Paz ao Redor do Mundo", que visitou todo o país, chega a Cuiabá. O evento ocorre do dia 26 de setembro a 10 de outubro, no Pavilhão das Artes, na Praça da República, centro da Capital. A secretária de Organização Sindical do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Marli Keller, vai participar da solenidade de abertura amanhã (26), às 19 horas, no Palácio da Instrução, que contará com integrantes da Associação Mulheres da Paz (AMP), além de Clara Charf, de 87 anos, ativista política e viúva do guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar. O evento de abertura terá painel temático sobre a importância de se dar visibilidade ao trabalho das mulheres e os novos desafios de trabalhar a questão da violência doméstica reunindo mulheres e homens. A entrada é franca.

Em 2005, para o Prêmio Nobel da Paz, a associação suíça "Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo", com o apoio da Unesco, propôs a indicação de 1000 mulheres que, em 150 países, representavam as lutas contra a violência, a discriminação, a opressão e a miséria, em inúmeros espaços e frentes. O Comitê do Prêmio Nobel daquele ano não premiou o coletivo das mulheres, mas a articulação internacional que levou à seleção dos 1000 nomes mobilizou diferentes campos da sociedade, revelando a garra e a diversidade da atuação das indicadas, apesar dos múltiplos empecilhos que encontram no seu dia a dia.

Agora, seus rostos estão fixados nas imagens da exposição fotográfica, num convite à continuidade e ao aprofundamento da ação dessas e de toda a sociedade na promoção da paz, dos direitos humanos, da justiça e da segurança. A exposição contará com a presença de autoridades e lideranças locais, além de uma das brasileiras indicadas ao Prêmio Nobel da Paz 2005. No Brasil, a coordenação do processo de mobilização e seleção teve à frente Clara Charf, militante dos direitos das mulheres de longa e de reconhecida história, com o apoio de várias representações do movimento de mulheres, feminista, popular, sindical e da academia. Mais de 300 mulheres foram indicadas por pessoas e organizações do país. Em uma difícil tarefa, a Comissão de Seleção chegou a 52 nomes, notáveis pelas suas lutas e trabalhos nos quilombos, nas aldeias, no campo, em vilarejos, cidades, megalópoles. E seus rostos e perfis são também homenageados na publicação "Brasileiras Guerreiras da Paz", cujo relançamento acontecerá no dia da abertura da exposição.

As iniciativas são uma realização da Associação Mulheres pela Paz, presidida por Clara Charf, hoje com 87 anos, e dirigida por Vera Vieira. Contam com o patrocínio da Petrobrás e com o apoio da Associação Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo (Suíça), EED (Alemanha), Fundação Avina, Instituto Avon, Vital Voices, NNEDV e Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal. Em Cuiabá conta com as seguintes parcerias: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do Núcleo de Estudos sobre a Mulher e Relações de Gênero (Nuepom), Governo de Mato Grosso, Secretaria de Estado de Cultura, Pavilhão das Artes (Palácio da Instrução), Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Superintendência da Mulher de Mato Grosso, Prefeitura de Cuiabá, Fórum de Articulação de Mulheres de Mato Grosso (FAMMT) e Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT).

Projeto Redefinindo Paz

Na sexta-feira (28), às 14 horas, no Palácio da Instrução, será realizada reunião do projeto "Redefinindo Paz - Violência Doméstica: construção de metodologia de educação popular feminista específica para trabalhar com mulheres e homens". A ideia é efetivar parceria local, além de discutir a agenda e a metodologia das atividades. Conforme os organizadores, essas parcerias locais são de fundamental importância para a viabilização das atividades do projeto, que estão previstas para acontecer entre os dias 26 e 28 de setembro.

O projeto "Redefinindo Paz" tem duração de dois anos (2011-2012) e já foram realizadas atividades em quatro cidades de diferentes regiões: Porto Alegre/RS (região Sul) - junho/2011; em Macapá/ Amapá (região Norte) - setembro/2011; em São Bernardo do Campo e em São Paulo (região Sudeste) - em novembro de 2011 e março de 2012, respectivamente, além de Aracaju/SE (região Nordeste), em agosto/2012 e, agora, as atividades em Cuiabá (região Centro-Oeste).

De acordo com a organização, as atividades serão planejadas conjuntamente, de acordo com premissas básicas da metodologia de educação popular feminista e respeitando-se as características da realidade local. Sendo outra atividade, além da exposição, uma Oficina de educação popular feminista sobre violência doméstica interconectada ao conceito ampliado de paz (Resolução 1325 da ONU) e ao de Masculinidades.

A oficina terá a participação de 50 pessoas de ambos os sexos de qualquer idade. Os participantes devem ser lideranças efetivas ou potenciais de ONGs e da rede de serviços contra a violência à mulher. A oficina será realizada nos dias 27 e 28, das 9h às 17h30, no Palácio da Instrução.

 

 

Cuiabá, MT - 25/09/2012 00:00:00


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