Os apontamentos sobre a Reforma do Ensino Médio, nesta segunda (14.10), no Seminário realizado pela subsede do Sintep Várzea Grande, registraram a necessidade de “resistência propositiva”, conforme esclareceu o palestrante convidado Luiz Dourado. Nela, as partes interessadas, profissionais da educação e estudantes devem fazer o debate na escola para definir quais as suas prioridades. “É preciso incidência de qual concepção de educação querem.  A lei é uma proposição que nem sempre é materializada”.

Para a vice-presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Amanda Silva Sousa, a Reforma do Ensino Médio é mentirosa a partir das imagens que a propaganda apresenta. “Que escola é aquela que tem laboratórios, bibliotecas e aquela infraestrutura”, questionou. Não a que eu estudei”, afirmou. Os estudantes presentes concordaram que em nenhuma das escolas têm as condições apresentadas nas imagens da mídia. Para Amanda, a falta de debate é um dos erros mais graves da Reforma.

O coordenador do Ensino Médio da Seduc-MT, professor Isaltino Alves, informou que a consulta sobre a Reforma do Ensino Médio está sendo realizado por meio de questionários virtuais para estudantes e outro para profissionais das escolas, em uma plataforma do Google.  A colocação promoveu debates acalorados, pois a falta de acesso à plataforma, a incompreensão às perguntas e a ausência de retorno sobre os resultados, colocou sobre suspeição a validade do resultado.

A professora pós doutora da UFMT, Ana Lara Casagrande, pesquisadora do Ensino Médio, inicia a explanação afirmando que o Novo Ensino Médio é velho e traz a proposta semelhante a outro projeto falido na educação brasileira. A professora questionou sobre qual a identidade do Ensino Médio; fechar a Educação Básica ou preparar para o Ensino Superior? Na Reforma do Ensino Médio fica evidente que o objetivo não é dar oportunidade de ingresso ao superior, já que reduz o conhecimento dos estudantes e não oferece condições de concorrer com os alunos das escolas privadas, à vaga no ensino superior. Conforme Ana Lara, a Reforma não coloca a elite ligada ao Ensino Técnico Sucroalcooleiro, como faz com os da classe trabalhadora.

O Ensino Médio Profissionalizante de qualidade, como é o caso dos Institutos Federais, apesar de estarem fora da Reforma, não estão menos ameaçados. Mesmo não sendo impactado pela lei 13.415, está em vias de desmonte com uma nova lei que atacará as diretrizes curriculares.  A reformulação se justificará na perspectiva de redução de investimentos, promovidos pela demais reformas nacionais. Da Emenda Constitucional nº 95 passando pela Reforma Tributária. O ataque atingirá o conjunto de ações que favoreceu a melhoria das condições de ensino nessas unidades.

O professor Carlos Abicalil apresentou a necessidade do amplo debate sobre a Reforma, que afetará várias gerações. “Fórum de Educação, Conferências de Educação ou até mesmo vídeo conferências, se for o caso do uso da internet. Mas que se faça de uma forma para que os estudantes, trabalhadores, pais possam ter acesso e participar”, disse.

O Seminário que teve a provocação feita pela subsede do Sintep/Várzea Grande Foi mais uma iniciativa para muitos debates que devem acontecer em torno do tema.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 14/10/2019 19:02:22


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