O cenário projetado pelas reformas educacionais aponta um futuro preocupante para a juventude, disseram os palestrantes, no segundo dia (29.11) de debates do XVII Congresso Estadual do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.  A palestra teve foco na “Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Reforma do Ensino Médio, Projeto Político Pedagógico e o Desafio de Construir e Efetivar um Currículo Humano e Inclusivo no Espaço da Escola Pública”.

A análise sobre os projetos em curso, apontaram a retirada do direito ao conhecimento, com ataque à educação pública e retirada do potencial científico da escola. Os palestrantes; a professora doutoranda da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Camila Grassi, e o secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Gilmar Soares -, apresentaram visão semelhante sobre o tema.

Segundo a professora Camila, o país vivencia um novo conceito trazido pelo capital financeiro, para a juventude pobre brasileira, a partir de conceitos próprios sobre flexibilidade do trabalho, à ausência de ciência, por exemplo. “O objetivo é intensificar a lacuna entre os jovens da periferia e a Universidade, como é o caso da Reforma do Ensino Médio”, disse.

Para a Camila, estão reforçando a dualidade na educação brasileira, com conceito próprio de educação profissional, sem ciência, e com pouca possibilidade de ascensão social, para a juventude pobre. E uma educação científica, mais elaborada, para quem pode pagar. 

O professor Gilmar Soares apresentou o impacto, a partir da própria realidade familiar, pai de dois jovens que ingressarão no Ensino Médio, alerta para o risco do comprometimento da formação integral dos estudantes. “Até mesmo a educação profissional estará comprometida, com cursinhos profissionalizantes ofertados pela iniciativa privada que, na maior parte das vezes não tem compromisso com qualidade, com formação humana”, afirma. 

Conforme o dirigente, a forma que implementarão um currículo integral, pode até ser debatida, mas deve ser garantida sua integralidade. Como projeto para a reversão desse quadro, tanto Gilmar Soares como a professora Camila, destacaram o fortalecimento no interior das escolas, do Projeto Político Pedagógico e todos os conteúdos que são importantes. “Os profissionais da educação precisam se organizar nos espaços e fazer estudo sobre todo esse processo, conectarem-se”, disseram. 

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Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 29/11/2019 19:28:17


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