Os profissionais da Educação da rede estadual no município de Vila Rica (1.320 km a nordeste da Capital) se mobilizam contra a decisão do prefeito, Abmael Borges da Silveira, em despejar mais 400 estudantes da Escola Estadual Vila Rica, uma das duas unidades estaduais que existem no município, para instalar uma unidade escolar cívico militar. O projeto, que tem o apoio do deputado estadual Sílvio Fávero, deixará sem vagas estudantes fora do “padrão” aceito pelo modelo cívico militar.

A comunidade escolar compareceu a uma audiência pública na última sexta-feira (06.12) e ficou indignada com a falta de respeito aos educadores das escolas públicas, quando na apresentação de vídeo sobre Escolas Cívico Militares versus Escola Pública, mostraram uma unidade organizada e outra bagunçada, violenta e desorganizada. “Uma tentativa desrespeitosa, hostil, com os profissionais da educação pública, com objetivo de fortalecer o senso comum e convencer a sociedade do projeto cívico militar”, relata indignada a professora Mônica Strege 

A presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público, em Vila Rica, Marli Terezinha Macaiewski, é taxativa ao dizer que se o prefeito tem interesse nesse modelo de formação, que busque um prédio do município. “Desaloje a escola particular que está instalada num prédio da prefeitura, ou a construa no hospital que está abandonado”, diz. 

Segundo Marli, a escola cívico militar é seletiva e não atenderá a maior parte dos estudantes matriculados na EE Vila Rica. “A outra escola estadual, Maria Esther Peres, além de superlotada tem problemas estruturais; ar condicionados sem funcionar, sem laboratório, falta de profissionais de Apoio, falta de carteiras”, denuncia.

A Escola Estadual Vila Rica está localizada na margem da BR 158, oposta a área comercial do município. Na parte antiga da cidade. A unidade atende a maior parte dos estudantes nas modalidades do Ensino Fundamental - de 1º ao 6º ano e do 6º ao 9º ano; Educação de Jovens e Adultos (EJA); Educação Especial; e Educação do Campo. 

Com argumento de falta de espaço na rede municipal, a prefeitura interfere na rede estadual. A proposta, se colocada em prática, trará impactos ainda mais sérios para a educação pública do município. “Se querem escola cívico militar, que a Segurança Pública banque a unidade. Não pode é usar dinheiro da Educação Pública, que é de todos, para ser desfrutado apenas por alguns”, afirma a professora Mônica Strege.

Para o dirigente do Sintep/MT e secretário de Assuntos Educacionais da CNTE (Confederação nacional dos Trabalhadores em Educação, Gilmar Soares, é lamentável o que os deputados da Assembleia Legislativa visitem os municípios para defender um modelo de escola que não está previsto no Plano Estadual de Educação. 

Conforme Soares, nem o governo Mauro Mendes, tampouco a maioria dos parlamentares da ALMT se preocupa em defender a coisa pública. “O papel dos governantes é garantir condições de infraestrutura e de pessoal para assegurar a escola de qualidade, ao invés de contribuir para a precarização da escola pública estadual e favorecer um projeto que não é o que a sociedade brasileira defende”, disse.  

Uma moção de repúdio foi aprovada durante o XVII Congresso Estadual do Sintep/MT, em novembro, contra esse modelo de escola cívico militar.

Assessoria/Sintep-MT

EE Vila Rica

imagem Intenet

Cuiabá, MT - 09/12/2019 19:08:49


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