O que se espera de um parlamentar sensato é que as informações que o mesmo transmite sob sua opinião sejam adequadamente referenciadas nos fatos para que o comunicador não passe por mentiroso. Recente publicação do deputado no Facebook o coloca na condição de falar mentiras para a população.

Estamos falando de uma disputa encravada no seio da cidade e população de Vila Rica. Esta cidade foi palco de uma audiência pública convocada para a Câmara de Vereadores em 06 de dezembro (sexta-feira), em que de ultima hora circulou um carro de som pela cidade, para informar da implantação de uma escola cívico-militar numa escola pública da cidade. Pela assembleia legislativa, representava o deputado estadual Silvio Fávero, autor de uma lei aprovada no afogadilho e num período conturbado para a categoria, durante as mobilizações para a greve. Desde lá o deputado vem visitando municípios e falando mal da escola pública, denegrindo sua imagem, tentando convencer a população da necessidade de militarizar escolas.  Está tudo gravado em vídeos, os debates, as críticas e todo o movimento que comprova que o referido parlamentar, ajudado pelo Secretário Municipal de Educação, estão tornando a questão da militarização da Escola Estadual de Vila Rica como uma questão pessoal e de enfrentamento da comunidade escolar que rejeita a ação de militarização da escola. 

No caso do parlamentar e do Secretário Municipal de Educação Ademar Schimitt, chama a atenção a falta de compostura com relação ao diálogo com a comunidade. Chama também a  atenção, que não se ouve da boca do parlamentar  e do secretário municipal de educação uma palavra se quer sobre defesa dos princípios constitucionais da educação, Plano Estadual de Educação e Municipal de Educação ou defesa da ampliação de recursos para educação. Por suas ações, ao defenderem a militarização de escolas públicas, deixam transparecer que a Constituição Federal não existe, principalmente no que se refere aos princípios da Educação contidos no artigo 206 da CF.: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I -  igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II -  liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III -  pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV -  gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V -  valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI -  gestão democrática do ensino público, na forma da lei;...”


Agora o deputado vem usando de estratégias para convencer a população na marra para aceitar a militarização de escolas e em sua fala no Facebook, mente para a população, omitindo  que parcela significativa da comunidade escolar não apenas não aceitaram a imposição do projeto e fala que denigre a escola pública, bem como lutam, atualmente, para que não seja implantada a escola cívico-militar na Escola Estadual de Vila Rica. No momento, o deputado busca exercer sua influência para agregar outros nomes de peso político na sua cruzada denegridora da escola pública, gratuita e democrática. Na sua postagem no Facebook, o deputado  cita o nome do Vice-Governador Otaviano Pivetta, do secretário adjunto de Educação Alan Porto,  deixando a entender que existem dois comandos dentro da Seduc MT, uma vez que a atual secretária já fez manifestação que contraria a implantação da militarização de escolas como vem sendo defendida pelo parlamentar.

Entenda o caso de Vila Rica:

IMPOSIÇÃO DE ESCOLA CIVICO-MILITAR GERA CONTROVÉRSIAS NA CIDADE

A imposição da militarização tem gerado contravérsias e disputas na cidade de Vila Rica. Informações dão conta que pessoas bem posicionadas financeiramente tem tirado seus filhos da escola particular para matriculá-las na escola pública que rejeitou a militarização, para posteriormente, fazer pressão por dentro da escola para que a comunidade aceite a gestão militar. Essa é outra estratégia em curso para militarizar à força a escola. Todo o processo, conta com o apoio do prefeito da cidade e do Deputado que continuam se movendo para impor à força a militarização da escola.

Como tática de minar a resistência da população, dias atrás surgiu uma matéria publicada num  site da região, (https://www.araguaiaurgente.com.br/noticia/3483/escola-civico-militar-deve-ser-implantada-em-vila-rica) com o claro objetivo de apagar toda a disputa que aconteceu na audiência pública em que os impostores do gestão militarizada receberam os protestos de parcela significativa dos presentes.

As disputas continuam na cidade. Há relatos de que os que defenderam contra a escola militar estão sofrendo ameaças e assédio moral. A direção do Sintep/MT vem alertando os educadores para registrem boletins de ocorrência dos fatos que atendem contra a dignidade e liberdade da vida humana.

PARTICIPAÇÃO DO PREFEITO E DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO  NO PROCESSO LEVANTA QUESTIONAMENTOS

Toda a pressão do Secretário Municipal de Educação Ademar Chimitt e o silêncio do prefeito para a militarização da Escola Pública Estadual de Vila Rica tem levantado alguns questionamentos na comunidade escolar e população. É que no município tem uma escola privada que funciona num prédio público e o mesmo está alugado pela bagatela de R$ 500,00. Isto mesmo (quinhentos reais). No dia da audiência, a população chegou a apontar que se de fato o governo do estado  quisesse implantar uma escola cívico-militar no município, que pedisse o prédio alugado e, assim, não precisaria mexer com a escola publica que o prefeito insiste em militarizar, mas que a população está satisfeita com a mesma. Por isso, a pergunta que gira na cabeça de muitos: quais os interesses do secretário e do  prefeito em querer realizar um projeto militar numa escola que não é da rede municipal e tem parcela significativa da comunidade contrária?

A COMUNIDADE ESCOLAR DECIDIU: É CONTRA A MILITARIZAÇÃO DE ESCOLA

Mesmo com o processo de militarização “a toque de caixa”, a comunidade escolar se reuniu e decidiu contra a militarização de escolas. “Nestas atas, muitas assinaturas estão atestando a luta da comunidade para a escola no bairro continue pública, gratuita e democrática”, afirmou um educador que preferiu não se identificar por medo de represálias. O fato é que todo o debate levou parcela dos profissionais a se inteirar das experiências de militarização de escolas pelo Brasil e seus reais resultados: segregação entre pobres e ricos; reserva de vagas para filhos de militares; seleção dos “melhores”, expulsando os estudantes que tem dificuldade de aprender; supressão das liberdades individuais em termos usos e costumes; cobrança de mensalidades; cobrança de uniformes. Chama a atenção, também, matérias com relatos de violência dentro das escolas militarizadas e os altos salários pagos aos agentes militares, criando diferenças salariais dentro da escola, em termos de privilégio e favorecimento dos militares.

SINTEP/MT VAI ENCAMINHAR ATAS DA ESCOLA QUE REJEITAM A MILITARIZAÇÃO

A direção do Sintep/MT já solicitou o envio das atas com as narrativas e assinaturas contrárias à militarização de escolas, para proceder ao envio ao Ministério Público e também a Procuradoria da República em Mato Grosso e em Brasília. A esperança é que o Ministério Público possa tomar providências em proteger as regras constitucionais e os direitos da população. A nossa luta é para a Escola Pública, Laica, Gratuita, Democrática como direito, como está escrito na constituição. Escolas Militares são prerrogativas do Ministério da Defesa. Exigimos do Governador o respeito ao direito da população. Somente a Educação transforma as pessoas, que transformam o mundo de forma responsável. Por isso, abrir escolas e fechar escolas; assegurar currículo pleno e não reduzir disciplinas; ampliar o tempo dos estudantes na escola e não implementar ensino à distância. O deputado ao invés de ficar fazendo politicagem, deveria proteger o direito da população à escola de qualidade e valorização dos profissionais.

O DEPUTADO SÍLVIO FÁVERO OMITIU A AUDIÊNCIA E TODOS ESSES DADOS EM SUA FALA

É lamentável que o Vice-Governador Otaviano Pivetta  e demais autoridades participem desta forma do episódio da militarização em Vila Rica, acompanhando um deputado quem vem mentindo para todo Mato Grosso, denegrindo a escola que atende a maioria dos filhos da população e afirmando a unanimidade da militarização de escola estadual, quando não é verdade. Aliás, a Secretaria de Educação deveria instruir mais os deputados e agentes de governo para a defesa do direito a educação pública, gratuita. A própria secretária de Estado de Educação já demonstrou a intempestividade do Deputado e da Assembleia Legislativa que aprovou o projeto de militarização de escolas sem um debate sério com os segmentos envolvidos com a educação. Nesse caso, chama a atenção o silencio da Seduc e do Conselho estadual de Educação que não coloca às claras  os interesses por trás da militarização de escolas. 

VILA RICA E TODOS OS MUNICÍPIOS QUE ESTÃO SENDO AFETADOS COM A MILITARIZAÇÃO FORÇADA DE ESCOLAS PÚBLICAS PRECISAM REAGIR

Sintep/MT
Cuiabá, MT - 23/01/2020 18:30:12


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