Secretário Nacional de Meio Ambiente da CUT, Jasseir Fernandes, fala sobre mudanças climáticas e as lutas e conquistas da Central

Neste ano de 2014, as mudanças climáticas são o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, questão da maior importância para todo o planeta impactado pelas intempéries. É indissociável a relação entre o mundo do trabalho e as mudanças climáticas. Praticamente todas as áreas do trabalho sofrem com o impacto e com as transformações advindas do clima. No entanto, para alguns setores econômicos diretamente relacionados, os impactos podem ser ainda piores. A agricultura familiar, o setor pesqueiro, industrial, a construção civil, os serviços, para citar alguns e os impactos nos empregos e nas condições de vida e moradia das trabalhadoras e trabalhadores são uma grande preocupação para o movimento sindical e social e para setores da sociedade que buscam alternativas que possam mitigar estes impactos.

A CUT promove diversas iniciativas e políticas de enfrentamento às mudanças climáticas. A Secretaria Nacional de Meio Ambiente integra o Comitê Gestor e também o Grupo Técnico do Fundo Clima, que tem como objetivo aprovar e acompanhar os projetos reembolsáveis e não reembolsáveis voltados à mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Pela CUT pleiteamos a aprovação de recursos a serem direcionados para mobilização e capacitação da classe trabalhadora em projetos de âmbito nacional, voltados para o enfrentamento às mudanças climáticas, iniciativas para a biodiversidade e empregos e na promoção da transição justa.

É imprescindível também que o movimento sindical esteja mais embasado por pesquisas, dados técnicos e informações acerca dos impactos das mudanças climáticas nos empregos e possa, assim, buscar alternativas que viabilizem a geração de postos de trabalho decentes e a ampliação de empregos nas fontes geradoras de energias renováveis, ampliando o acesso das trabalhadoras e trabalhadores às novas tecnologias e contribuindo na promoção do desenvolvimento sustentável.

Buscamos também intervir com a visão das trabalhadoras e trabalhadores nas Políticas Públicas que visem a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Enviamos nossa contribuição à revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas e, neste momento, por intermédio do GT Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdades do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), também buscamos o fortalecimento das iniciativas e participação da classe trabalhadora em adaptação.

Somam-se a isso nossas iniciativas internacionais que, atuando neste tema buscamos aprimorar estratégias para uma transição justa e participação ativa nos processos decisórios por meio das Conferências Internacionais sobre Mudanças Climáticas (COP), articulando iniciativas dos CUTistas, assim como das trabalhadoras e trabalhadores de outras Centrais Sindicais e demais organizações parceiras com a Central Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) e a Central Sindical Internacional (CSI).

Integramos também o IES Brasil que discute as Implicações Econômicas e Sociais das Mudanças Climáticas e que é coordenado pelo FBMC, tratando-se de um conjunto de esforços de diferentes setores da sociedade brasileira na identificação de distintas trajetórias de desenvolvimento que alinhem objetivos socioeconômicos e ambientais, elaborando cenários econômicos para os períodos 2020-2030 e 2030-2050, julgados pertinentes pelos setores mobilizados e que identificam políticas de mitigação que possam revelar melhores respostas quanto a seus impactos econômicos e sociais.

As preocupações ambientais avançam muito nas políticas e nos debates mundiais e a CUT está presente nestes espaços colocando a vez e a voz da classe trabalhadora.

Neste momento, estamos participando da 103ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, e a CUT agora integra o Conselho de Administração da OIT, o que somada à Presidência da CSI, em Berlim, representa dois grandes avanços para nossa Central, haja vista as intensas investidas do capital internacional sobre os direitos conquistados pela classe trabalhadora.

Estas e outras iniciativas e participações da CUT e de outras organizações do movimento social e sindical representam nosso compromisso e luta por melhores condições de trabalho e de vida, pois, se não existirá trabalho em um planeta morto é bom também resgatar o geógrafo e escritor russo Piotr Kropotkin que afirmava que mais do que direito ao trabalho, o homem tem direito à vida.

Fonte: CUT.

 

Cuiabá, MT - 05/06/2014 18:03:13


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