Desde o início da greve na rede municipal de ensino de Cláudia (
Apesar das pressões contra o movimento, os profissionais estão mobilizados. "No ano passado, o prefeito também entrou com pedido da ilegalidade da greve, repetindo a atitude este ano, por entender que esta paralisação é continuidade da outra. Mas o processo foi arquivado pela Justiça, porque a paralisação não foi considerada ilegal", lembrou. "Diante disso, ele está tentando de todas as formas enfraquecer a categoria, divulgando informações mentirosas", protestou.
Os trabalhadores da educação se reunirão hoje (05), às 14h, em assembleia geral, para discutirem o assunto e, assim, definirem novos encaminhamentos. A expectativa, de acordo com o sindicalista, é fortalecer o movimento. "Vamos buscar uma saída que corresponda aos anseios da categoria e traga avanços na pauta de reivindicações", assegurou.
Diálogo - O presidente da subsede afirmou que a entidade sempre esteve aberta ao diálogo, mas não obteve resposta do Poder Executivo. "As negociações estão emperradas, porque o prefeito sequer apresenta uma proposta aos profissionais. Não cruzamos os braços à toa, mas sim porque estamos cansados de sermos enrolados com pedidos de prazo para atender nossa pauta". Na tentativa, mais uma vez, de negociar com a prefeitura, a categoria entregou um ofício à primeira-dama do Estado, Roseli Barbosa. O documento contextualiza o movimento e pede a intervenção do governador Silval Barbosa, que também integra o PMDB.
A interpretação equivocada da Lei 11.738/08, que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), também representa um impasse que, segundo Edson Sauthier, é um artifício utilizado por Vilmar Giachini. "A legislação é clara quando diz que a jornada não pode ultrapassar 40 horas, mas esse enquadramento realmente é determinado pela negociação entre prefeituras e a categoria", explicou Edson Sauthier. No caso de Cláudia, o Estatuto do Magistério prevê a jornada de 30 horas semanais, que está dentro do limite estipulado. "Não existe a proporcionalidade que o prefeito tanto afirma. O valor do piso é um só para qualquer jornada que não ultrapasse 40 horas", complementou.
Reivindicações - Os profissionais da educação reivindicam o reajuste do PSPN referente a 2009, que seria R$ 1.132,00. "Esse valor já deveria ser reajustado em janeiro deste ano e, até o momento, nem sequer é praticado", frisou o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares. Também integram a pauta: o respeito ao plano de carreiras; pagamento das dívidas históricas para com a educação, principalmente relacionadas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) dos anos de 2004, 2003, 2002 e 2001; e melhores condições de trabalho e estudo nas escolas.