Nota Pública do Sintep-MT sobre o retorno presencial das aulas

Sem a população estar massivamente vacinada, impor o retorno presencial das aulas, é o mesmo que tentar a sorte para testar quem vai resistir ao vírus e quem vai morrer. 

O Sintep Mato Grosso entende ser importante, se processo que está sob análise da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) autorizar a reserva de 10% dos imunizantes para vacinação dos trabalhadores da Educação. No entanto, poderá não ser muito prático colocar profissionais da educação como grupo prioritário de vacinação, uma vez que os 10% de vacinas que seriam destinadas a esse público, não vão garantir a cobertura de imunização de imediato e a curto prazo todos esses trabalhadores em tempo hábil para o retorno de aulas presencias de forma segura.

Atualmente, o estado conta com mais de 120 mil profissionais nas unidades de educação pública e privada. Um segmento que atua diretamente com mais de 800 mil estudantes. Para imunizar esses educadores, seriam necessárias mais de 240 mil doses só para esse grupo. Considerando os 10% que seriam destinados para essa imunização, Mato Grosso teria que receber do governo federal, mais de 2 milhões de doses para que destas, 10% contemplassem todos os trabalhadores da educação. Com a lentidão com que as vacinas chegam, fica evidente que essa proposta não se concretizará.

O sindicato destaca que a imunização precisa ser acelerada e para TODA a população, já que os estudantes também correm risco de contaminação e a partir daí, são potenciais transmissores do vírus para seus familiares, sendo que muitos são idosos e com comorbidades. Lembramos que estamos falando de estudantes que deverão ser imunizados de acordo com o atual programa nacional de imunização.

Nossa defesa é pela vida. Destacamos ainda que a estrutura física de diversas unidades escolares da rede pública estadual é precária. No início deste ano, o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira visitou mais de vinte unidades pelo interior do estado e constatou, inclusive fazendo registros fotográficos e em vídeo, que muitas dessas escolas não teriam condições de receber alunos, mesmo se não estivéssemos em uma pandemia (banheiros com pias e sanitários quebrados, teto com vazamentos e infiltrações e por aí vai). Na situação atual em que os protocolos de segurança sanitária e higiene devem ser redobrados, o risco de um retorno presencial é ainda maior.

Destacamos ainda, a ausência de políticas públicas para assegurar o direito constitucional tanto à Educação como à vida. Sem uma política efetiva do governo, o isolamento e distanciamento social ainda são medidas eficazes para redução da proliferação da Covid-19 e deve ser a medida adotada para proteger não só os educadores, mas também os estudantes e seus familiares.

O Sintep destaca ainda que é comum a sociedade comparar a realidade da educação de outros países com o Brasil. Contudo, ignoram os investimentos feitos. Na Espanha, por exemplo, as atividades presenciais retornaram após o governo ter ampliado significativamente o número de salas de aulas, ter reduzido a quantidade de estudantes por salas, contratou mais profissionais, implantou um conselho de fiscalização interna nas unidades, com testes regulares, além das medidas de higiene necessárias (álcool gel e máscaras). 

Em Mato Grosso, todos sabem, o governador Mauro Mendes mandou fechar dezenas de escolas no início deste ano, remanejando os alunos dessas unidades que fecharam para outras que já funcionavam com a capacidade máxima. Um retorno presencial nesse momento da pandemia, vai ser o caos instalado nas escolas que além de precárias, agora, estarão ainda mais superlotadas.

Vacina para todos já! Retorno presencial das aulas, só com a população imunizada. 

Sintep Mato Grosso – Livre, Democrático e de Luta!

Cuiabá, MT - 16/04/2021 12:12:55


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