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Sintep/MT denuncia propaganda falaciosa do governo Mauro Mendes
O governo investe parte dos R$ 70 milhões previstos para a comunicação oficial para divulgar Outdoor’s nos municípios do estado com informações controversas sobre repasses feitos à professores.
Às vésperas do ano eleitoral – 2022 – o governo Mauro Mendes investe em propaganda com o foco em reverter a opinião pública acerca do descaso com as políticas educacionais e principalmente com os trabalhadores da educação estadual. Informações dos profissionais da educação registram a divulgação enganosa, em outdoors do governo, em que afirmam ter sido entregues R$ 6 mil para professores da rede estadual, para compra de equipamentos de informática e conexão com a internet.
Ocorre que a tentativa de demonstrar compromisso com as políticas educacionais falta com a verdade. O material impresso anuncia o repasse R$ 6 mil, quando na verdade foram R$ 3.500,00, e uma promessa de R$ 2.500,00 repassados em 36 meses, de parcelas de R$ 70,00. Dessas, apenas a primeira parcela de R$ 70,00 foi depositada. Porém, não para todos os que receberam o recurso para aquisição de computadores.
Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), o governo tenta manipular informações para convencer a população de que os profissionais estão sendo remunerados e com infraestrutura garantida para trabalharem. “É como se dissesse: estão reclamando de barriga cheia”, aponta o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.
Com a estratégia falaciosa, tenta mostrar serviço ao mesmo tempo que quer dar a conotação de que os professores estão com dinheiro na conta. A medida busca desestruturar a luta por Revisão Geral Anual (RGA) e Dobra do Poder de Compra (Lei 510/2013).
Para os sindicalistas, se os recursos da correção inflacionária (Revisão Geral Anual) tivessem sido repassados nos últimos três anos, e a Lei da Dobra do Poder de Compra do salário estivesse sendo cumprida, não haveria necessidade de repasses paralelos para compra de equipamentos para os professores. “Caso o governo tivesse, de fato, compromisso com a educação, teria repassado esses recursos a fundo perdido em 2020, já que os profissionais assumiram custos para manter as atividades remotas, naquele ano. A verba atual poderia ter sido aplicada para uma política de acesso para os estudantes que não têm equipamentos de informática ou conexão para acompanhar as aulas virtuais”, destaca Valdeir Pereira.
Para o Sintep/MT, fica evidente que a política da gestão Mauro Mendes não é focada no social. Quando assumiu, em 2019, o estado estava entre os quatro maiores arrecadadores do país, no ranking nacional. Em 2021, assumiu a primeira colocação. Contudo, os trabalhadores da educação e a população continuam a empobrecer.
O governo precarizou os salários, com perda do poder de compra de mais de 35%. Ou seja, com 3 meses de perdas salariais de um professor de nível especialização, o Governo Mauro Mendes economiza recursos suficientes para a aquisição do computador estipulado. E ainda, das 760 escolas estaduais, mais de 400 aguardam por melhorias estruturais, algumas sem ter sequer banheiros. Os estudantes evadiram das escolas na pandemia por falta de política séria de conectividade. O governo sequer teve sensibilidade com os aposentados, os quais ficaram 14% mais pobres, além dos 35% de arrocho salarial correspondente às perdas de toda a categoria.
“O governo Mauro Mendes gasta com propaganda enganosa parte daquilo que deveria ser investido para assegurar a qualidade da educação pública tão reclamada nessa gestão”, conclui o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.
Fonte: Assessoria/Sintep-MT.
