Mortes entre educadores de MT anunciam falta de segurança para volta às aulas presenciais

Sinte/MT afirma que a vacinação, por si só, não assegura o retorno com segurança às atividades presenciais, na escola pública

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) notificou nos 20 dias do mês de julho, a média de um óbito por Covid-19, a cada dois dias, entre os profissionais da educação. Das mortes notificadas no período, 60% foram de trabalhadores da educação, na ativa, e com menos de 50 anos.  O levantamento serviu para reafirmar a defesa do sindicato pela continuidade das aulas remotas até que 100% da categoria esteja imunizada contra a Covid-19.

Dados apresentados pelo consórcio de veículos de imprensa (atualizados pelo G1, do grupo Globo), divulgados no dia 21 de julho, revelam que apenas 12,91% da população de Mato Grosso está imunizada (com vacinas de uma e duas doses). E outros 35,9% tomaram uma dose da vacina. Apesar do baixo índice de imunização, o Sindicato acredita na vacina, como a melhor blindagem ao vírus. Contudo, o percentual de imunidade ainda é insuficiente para garantir segurança do retorno às aulas presenciais nas escolas públicas de Mato Grosso.


Para o Sintep/MT, a vacinação, por si só, não assegura o retorno com segurança às atividades presenciais, na escola pública. “Os governos têm forjado uma normalidade, a mesma que levou a mais de meio milhão de mortes no país, pela inércia federal na compra dos imunizantes. Assim como, no estado, a inoperância do governo Mauro Mendes para o desenvolvimento de medidas que assegurem a todos os estudantes e profissionais o desenvolvimento pedagógico fundamental para as aulas remotas”, destaca o dirigente estadual do Sintep/MT e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), Gilmar Soares.

Na concepção do Sindicato, ao defender a reabertura das escolas para atividades presenciais, os governos mais uma vez “lavam as mãos” para as vítimas que por ventura venham a se contaminar e até falecer, em virtude do contágio. “A sociedade, as famílias, os profissionais da educação, os estudantes precisam ser ouvidos para o retorno às aulas presenciais! Não pode ser uma determinação superior unilateral”, afirma a secretária adjunta de Políticas Educacionais do Sintep/MT, Maria Luiza Zanirato.

Para os educadores, o governo Mauro Mendes desconhece a realidade da escola pública, tanto que comparou a Educação Pública estadual com a situação vivenciada em Portugal, que manteve as escolas abertas durante a maior parte da pandemia. “Na comparação esqueceu-se de destacar as medidas adotadas naquele país, com a testagem em massa dos estudantes e profissionais, ampliação de salas de aulas para manter um espaçamento seguro entre as carteiras e número de funcionários para garantir a higienização. Volta às aulas em segurança é mais do que álcool em gel e máscara”, afirma Gilmar.

A realidade no estado tem se apresentando perigosa. Na rede privada, modelo recorrente nas comparações realizadas pelo governador Mauro Mendes, uma professora de 30 anos, que retornou às atividades escolares presenciais, veio a óbito em decorrência da Covid-19. Em outra situação, uma criança de apenas 2 anos contaminada pela Covid-19, foi levada pela mãe para creche municipal, antes da conclusão do período de quarentena. “Essa é uma realidade que será comum, com o retorno das aulas presenciais. É preciso compreender a vulnerabilidade das famílias diante da falta de proteção social e desresponsabilização do governo”

A ameaça é ainda maior, avaliam os trabalhadores da educação, quando há o alinhamento da política de morte do governo federal com o governo estadual, ambos minimizando os impactos da pandemia. Em pronunciamento em rede nacional o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, sustentou discurso falacioso - “fake news” -, com a intenção explícita de pressionar os governadores e prefeitos a retomarem as atividades presenciais nas escolas das redes de ensino do país”, afirma Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em nota pública.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT

 

Cuiabá, MT - 22/07/2021 12:55:36


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