O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) recebeu com perplexidade o decreto do governo Mauro Mendes de retomada de 100% das atividades presenciais nas escolas estaduais, anunciado para o dia 18 de outubro. A decisão, comunicada pelo secretário de Estado de Educação, Alan Porto, pelas redes sociais, ontem (07/09) foi contestada também por especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A decisão do governo foi recebida com muitos questionamentos dos profissionais que, mais uma vez, foram apenas notificados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), dentro do modelo impositivo da gestão Mauro Mendes.
Para o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira, é surpreendente como as medidas do governo de Mato Grosso ainda conseguem deixar a categoria perplexa. “Ainda não superamos a pandemia para encarar com normalidade as mortes e contaminações que estão ocorrendo”, disse o presidente.
O posicionamento do Sintep/MT foi fortalecido diante do parecer, divulgado pela mídia, do especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quando afirma que “o governo de Mato Grosso poderia esperar e observar o que está acontecendo nos outros estados que retomaram as aulas 100% presenciais e tomar uma decisão pautada nisso, porque existe transmissão em menores de 18 e estamos começando a avançar na vacinação desse público agora”, disse o epidemiologista.
Para o Sintep/MT, não há que se falar em retorno de 100% das atividades presenciais nas unidades escolares sem a imunização total dos estudantes, adequações estruturais das escolas para que garantam o distanciamento, entre outras medidas de biossegurança. “Esperamos que os pais tenham consciência do que está em jogo é a vida dos seus filhos. Sabemos que a aprendizagem se recupera. Vidas perdidas não”, destacou o sindicato em nota.
A medida decretada, desconsidera as diversas realidades do estado e de cada unidade escolar, inclusive para a manutenção dos protocolos de segurança contra a covid-19. Sem relatar a própria situação de Mato Grosso, a qual se o estado fosse a referência para o resto do Brasil o país teria hoje, quase um milhão de pessoas mortas pela Covid-19, pois entre os recordes conquistados pelo governo está o de estado com maior número de mortes em razão da pandemia.
O quadro de normalidade que o governo quer dar, destacando a preocupação com a aprendizagem dos estudantes, omite que após um ano e seis meses sem aulas presenciais nas escolas, o governo não efetuou políticas de infraestrutura, o que agrava o risco, além de não avançar nos pontos de preocupação citado pelo secretário de Estado de Educação, Alan Porto, que é a melhoria da qualidade do ensino/aprendizagem.
Fonte: Assessoria/Sintep-MT