Uso
da internet tem sido utilizado para as mobilizações A manhã de atividades do 15º
Congresso Estadual do Sintep/MT reuniu mais de 1, 5 mil pessoas no Hotel
Fazenda Mato Grosso. O evento que está sendo realizado desde a noite desta
quinta-feira (26) debateu temas relacionados a manifestações populares, além de
fazer um panorama da situação dos educadores no Estado.
A abertura dos trabalhos contou com a apresentação cultural dos alunos da
Escola Estadual Nadir de Oliveira de Várzea Grande. O siriri, dança
tradicionalmente conhecida pelos mato-grossenses, foi o ritmo escolhido pelos
14 estudantes que encantaram a plateia.
No segundo momento, foi realizada a leitura, os encaminhamentos e a aprovação
do regimento do congresso, que foi aprovado de forma unânime.
Logo em seguida, o editor da Revista Fórum, jornalista Renato Rovai, abordou as
recentes manifestações e lembrou outras que precederam o atual momento, como é
o caso do protesto realizado em Seattle em 1999, em que jovens se posicionaram
contrários ao encontro da Organização Mundial do Comércio, e o primeiro Fórum
Social Mundial, realizado em Porto Alegre (RS) em 2001.
Além disso, Rovai falou do papel da internet e das mídias sociais na
articulação desses movimentos e do surgimento de mídias alternativas. "Esses
movimentos não estão sendo mediados apenas pelos meios tradicionais de
comunicação. Cada vez mais, pessoas como eu e você nos tornamos grandes
produtores de conteúdo", destacou o palestrante.
Ainda sobre a internet, o jornalista comentou a transição deste novo meio de
comunicação, que passa de uma ferramenta de liberdade para se tornar uma
ferramenta de controle de informação. E apontou esse mesmo problema dentro do
espaço educacional. "A escola também está sob ataque. Ela deixou de ser um
espaço de aprendizado para se tornar um local de controle e disciplina",
ressaltou Renato Rovai.
Por fim, o secretário de Articulação Sindical do Sintep/MT, Júlio César Viana,
apresentou a situação de Mato Grosso frente às necessidades de investimentos em
educação. "O grande impasse neste momento não é a falta de recursos para a
educação, mas sim o desvio desses recursos para outras finalidades", disse
Júlio.
E completou: "Vivemos hoje um cenário de depreciação e nossa greve é o momento
de desvelar essa situação. Somos educadores, sim, mas educadores da sociedad".