"A greve é legal", essa foi a resposta que a categoria deu sob a chuva desta manhã de quinta-feira (20), que não foi suficiente para esfriar a indignação dos profissionais da educação da rede municipal que caminharam pelas ruas centrais de Várzea Grande informando à população que a greve é legal e irá continuar, apesar da Justiça de Mato Grosso tê-la considerado ilegal.

Para o presidente Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, subsede Várzea Grande (Sintep/VG), Gilmar Soares Ferreira, a greve tem adesão da categoria e a compreensão da sociedade e continuará até que o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) seja aprovado e sancionado pelo prefeito. Ainda afirmou que o sindicato irá recorrer à decisão do desembargador Carlos Alberto Alves Rocha.

"A justiça continua batendo cabeça e ainda não ouviu os professores e funcionários da educação que estão tendo os seus direitos trabalhistas desrespeitados. A prefeitura de Várzea Grande não cumpre a Lei Federal n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Fazem dois anos que a categoria não teve o reajuste determinado pela legislação. Hoje um profissional da rede municipal de VG ganha a metade que um profissional da rede estadual ganha. Isso é uma vergonha, isso sim é ilegal", disse o professor Gilmar durante a caminhada que começou em frente a Câmara de Vereadores.

"Um fato pitoresco e até cômico chama a atenção pelo fato que a Justiça até na hora de dar uma decisão, demonstra que não quer ouvir os motivos que a categoria tem para não iniciar o ano letivo de 2014 e que realmente não procurou a direção do sindicato pois até chegou a notificar a subsede errada", criticou o professor Gilmar Soares, explicado que quem foi notificado sobre a decisão da ilegalidade da greve foi o presidente do Sintep subsede de Cuiabá, João Custodio, e não a subsede de Várzea Grande.

A vice-presidente do Sintep/VG, Cida Cortez, chamou atenção para outro fato pitoresco também. "A prefeitura entrou com o pedido de ilegalidade no dia 13 de fevereiro e a greve começou dia 17 de fevereiro. Portanto, quatro dias antes de iniciar a greve o prefeito Wallace e o Secretário Jonas Sebastião já buscam judicializar a greve sem responder as solicitações de audiência protocolada pelo sindicato dia 22 de janeiro. Isso só demonstra que não querem dialogar com a categoria", afirmou a vice-presidente.
Pressão

Durante o ato foi feito informes sobre uma reunião convocada na tarde de ontem, quarta-feira (19), pelo secretário municipal de Educação, Jonas Sebastião, com a direção e coordenação das escolas municipais para tratar sobre a greve.

De acordo com uma diretora (que não quis se identificar) afirmou que Jonas Sebastião comunicou aos diretores que o aumento salarial seria de 8,32 % para os professores para voltarem à sala de aula. "Ele disse que com o reajuste a greve se encerraria. Mas ele não disse quando esse aumento seria dado. Hoje eu estou como diretora, mas sou professora por profissão, me preocupo com o salário da categoria e essa atitude do secretário é inaceitável. Ele disse que o reajuste seria concedido quando a greve acabasse e que os contratos também só iriam começar quando o ano letivo fosse iniciado", afirmou a declarou a diretora reafirmou a sua disposição de continuar em greve.

"Mas, alguns diretores se mostraram satisfeito com o reajuste e iriam chamar reunião na escola para iniciar o ano letivo de 2014", acrescentou a diretora.

Para o presidente do sindicato essa atitude do Secretário demonstra que Administração tem opção de destruir o que a categoria já conquistou,  por isso tem que indignar os educadores em greve, que não devem  voltar até que o PCCS seja aprovado e sancionado e o piso atualizado.

"Caso a proposta fosse apresentada, aumento oferecido por Jonas de 8,32% em relação ao piso de 2012, os professores passariam dos atuais R$ 906,00 para R$ 981,37. Isso corresponde apenas ao reajuste de 2013", explicou a vice-presidente lembrando que o novo valor do Piso Salarial desde janeiro de 2014 é R$ 1.697,00 para a categoria em nível nacional.

A caminhada contou com o apoio dos trabalhadores do Correiro que também estão em Greve há mais de 20 dias.

Assembleia Geral
O sindicato convoca Assembleia Geral para segunda-feira, dia 24 de fevereiro, às 8h, no Centro Educacional de Jovens e Adultos Licínio Monteiro.

 

Cuiabá, MT - 20/02/2014 00:00:00


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