Os objetivos dos grupos econômicos que sustentam as políticas implementadas contra a classe trabalhadora no país deram norte à Análise de Conjuntura, na manhã de sábado (05.08), na abertura do Conselho de Representantes, do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT).
As avaliações feitas pelo especialista no setor energético, professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Dorival Gonçalves Júnior, e pelo presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento conceituaram os objetivos das políticas implementadas no cenário nacional, estadual e municipais e, ainda fizeram um alerta para a necessidade de leitura urgente das intenções por traz das Leis e Reformas aprovadas recentemente no país.
Segundo professor, o Brasil é um canal potencial para a manutenção do capitalismo, que vive uma crise internacional, com o duelo China, Estados Unidos, União Europeia. “Temos o petróleo, uma cadeia produtiva mineral, as terra e claro, mão de obra. O objetivo é se apropriar para retomar a produtividade capitalista”, cita.
“É preciso entender todo esse movimento para armar a resistência. Não tem como atuar sem entender os objetivos subjetivo nessas ações concretas. É preciso criarmos uma mentalidade crítica para enfrentar essa ordem”, disse.
O presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes reafirmou a leitura do professor Gonçalves apresentando como modelo a realidade da política econômica implantada em Mato Grosso, com os excessos de benefícios para o setor empresarial, com destaque para o agronegócio, frente a retirada de direitos dos/as trabalhadores/as da educação.
Para além da Lei Kandir, desde o governo Maggi, o estado de Mato Grosso tem o Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso), que retira recursos de um segmento social para beneficiar outro. “A lei Kandir retirou da economia de MT em 2017, cerca de 4 bi para favorecer o agronegócio, e o Prodeic mais de R$ 1 bi em isenções fiscais”, cita Lopes.
Cria uma crise que só compromete os direitos dos/as servidores/as, pois só em 2017 concede em renúncia fiscal, R$ 2,4 bi, o equivalente ao orçamento da Educação e a quatro vezes o pagamento da RGA, do mesmo período. Para constatar ainda mais o quanto a balança de benefícios pesa a favor dos setores ditos produtivos, apresenta os percentuais de impostos pagos pelo cidadão ‘comum’ e o empresariado. “Enquanto se pagar 17% de impostos em um carro popular, na compra de um tratos esse imposto cai para 3%”, cita.
Diante desse cenário, Lopes aponta os desafios que os/as profissionais da educação têm pela frente e cita que são bem maiores que as questões salariais, postas com parcelamento da Revisão Geral Anual (RGA). Ele cita um desmonte de direitos que comprometem a luta da categoria em 52 anos de história.
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