Sintep-MT participa de debate promovido pela Internacional da Educação pela América Latina (IEAL) sobre a privatização do Ensino Público

Diretores do Sindicato dos trabalhadores em Educação no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), participaram nesta segunda-feira (16/11), de uma reunião promovida pela Internacional da Educação pela América Latina (IEAL). O tema do encontro virtual abordou as constantes manobras dos governos afim de convergir o sistema público de ensino para uma total privatização da educação, por meio de financiamentos e terceirizações de atividades e “métodos de aprendizagem” através da tecnologia.

Além do presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, que representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), também participaram das discussões o secretário de Finanças do Sindicato, Orlando Francisco e a Secretária de Políticas Educacionais do Sindicato, Guelda Andrade.

“Temos percebido que a educação vem sendo tratada pelos governos como um grande e lucrativo mercado a ser explorado. Para ser ter uma ideia, a educação é o setor com mais startups no Brasil de acordo com o estudo feito pela Abstartups e o Centro de Inovação para a Educação Brasileira. A Pandemia veio e trouxe um cenário atípico que fragiliza o sistema democrático e o processo de construção coletiva da educação, estabelecendo pouca resistência à essas supostas soluções milagrosas para o ensino, que envolvem privatizar tanto as instituições, como os trabalhadores que nelas atuam”, avaliou Orlando. 

A Secretária de Políticas Educacionais do Sindicato, Guelda Andrade destacou que esse sistema de filantropia incentivado pelo governo, mascara um novo modelo de educação que exclui etapas importantes para a democracia, além de não fomentar diálogos ou participação dos diversos grupos de interesse envolvidos. “Diversos exemplos têm surgido deste avanço acelerado da privatização da educação através da união de fins lucrativos e não-lucrativos com foco na tecnologia. Um exemplo é a movimentação para a oferta de consultorias, ou assessoria técnica sem que esses serviços tenham qualquer ligação com servidores públicos, a exemplo do que vislumbra a secretaria de estado de Educação, com cursos de formação por meio de apostilas e consultorias à distância por profissionais que desconhecem completamente a realidade regional das unidades de ensino e seu corpo docente”, disse.

Além disso, a sindicalista alerta que, ao contratar esse tipo de consultoria, a Seduc estaria desconsiderando totalmente o trabalhado desenvolvido nos CEFAPROS (Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso) que são hoje uma referência nacional para formação continuada dos profissionais da educação.

Os palestrantes do evento, Hugo Yasky, que é presidente da IEAL e  a consultora da Internacional da Educação para América Latina, Gabriela Bonilla, apresentaram um estudo mostrando de que forma a privatização avança sobre a educação Latino Americana e um panorama da mercantilização, principalmente, com a venda de pacotes de softwares educacionais e plataformas digitais de formação docente.

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, avaliou a questão do financiamento do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o Banco Mundial, para subsidiar compras de pacotes de softwares nesse período de pandemia. “Sem dúvida, a situação da crise sanitária com o novo coronavírus acelerou ainda mais esse processo de privatização do ensino, por isso, a urgência em discutir essa problemática antes que esse novo modelo de educação robotizado e sem identidade se instale”, alertou.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 16/11/2020 16:17:03


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