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Livro debate papel da escola no combate à discriminação sexual
Educador, Funcionário de escola de MT, lança obra e relata as histórias de infância vividas no ambiente escolar
As vivências e memórias escolares de travestis são tema do livro de Bruno do Prado Alexandre, lançado nesta quinta-feira, 25 de fevereiro, às 19h, com transmissão online na página do Facebook do autor (facebook.com/brunodopradoalexandre). O livro é resultado de um trabalho de pesquisa de Mestrado em Educação feito por Bruno, que é graduado em história pela UFMT Campus Rondonópolis (distante 214 Km de Cuiabá).
Segundo o autor, a obra relata as histórias de infância vividas no ambiente escolar por cinco pessoas, hoje, travestis. Em entrevista ao Sintep-MT, Bruno destaca que sua história, por vezes, se confunde com as das personagens de seu livro. Ele diz ainda que viu a necessidade de trabalhar essa problemática, já que em Mato Grosso, praticamente não existem políticas públicas educacionais para esse público. “Na escola, esses estudantes são muitas vezes invizibilizados e quando não, são perseguidos ou tratados com preconceito. É preciso que existam políticas capazes de proporcionar formação continuada aos trabalhadores da educação para lidar com esse público, além é claro, de investimentos em políticas públicas nesse segmento”, disse.
O educador ainda destaca que a temática vai muito além da questão de sexualidade. “Meu objetivo é fazer com que a sociedade, incluindo toda a comunidade escolar, tenha um outro olhar para esses estudantes, para que eles não se sintam excluídos e pensem que a escola não é lugar para eles. Eu espero que meu livro traga essas reflexões a partir da narrativa das personagens e que, num contexto atual, pode ser a história de muitos estudantes que hoje são discriminados e acabam não se identificando com a escola”, disse.
A Secretária de Políticas Educacionais do Sintep-MT, Guelda Andrade, diz que a obra de Bruno é uma importante ferramenta para que o governo/Seduc implemente os currículos escolares, pois, essa é uma realidade que precisa ser debatida com urgência, bem como criar políticas voltadas para o atendimento dessa demanada. “A escola precisa ser um lugar de acolhimento. Não podemos, em pleno século XXI, aceitar que exista diferença no tratamento dos estudantes num espaço onde as individualidades e a diversidade devem ser respeitadas. Acredito que a escola acaba por ser um espelho que reflete a sociedade, e é exatamente por isso que devemos ter políticas públicas que contemplem esse segmento com ações inclusivas, por meio de políticas públicas não só para o público LGBT, mas também tratando de questões étnicas e culturais, com uma discussão ampliada que proporcione, de fato, inclusão”, disse Guelda.
Sobre o Livro
O lançamento do livro ocorre no contexto das gravações do documentário “Ana Rúbia”, protagonizado por Bruno. O projeto foi contemplado no Edital MT Nascentes, segmento Culturas LGBTQIA+, pela Lei Aldir Blanc.
Na obra, Bruno do Prado Alexandre convida o leitor a enveredar pelas memórias escolares de travestis, desnudando uma realidade em que os “meninos diferentes” causam estranheza e, por isso, não encontram, no interior da escola, espaços e tempos que acolham seus corpos “fora de lugar”.
A leitura convida os leitores para a discussão do papel da escola no enfrentamento à discriminação e desrespeito às diversidades. Memórias escolares de travestis: narrativas de um “não lugar” é, portanto, um convite ao diálogo e à reflexão sobre corpos, gêneros e sexualidades no contexto escolar.
Fonte: Assessoria/Sintep-MT
