Visando o fortalecimento da temática da diversidade sexual nas entidades sindicais, a Internacional da Educação da América Latina (IEAL) realizou, entre os dias 13 e 14 de dezembro, o II Encontro Regional dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTT), em São Paulo (SP). Representando o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), a vice-presidente da entidade, Jocilene Barboza, e o presidente da subsede de Campos de Júlio (692km de Cuiabá), Maurocir Silva.
No evento, que contou com as presenças da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), participaram representações sindicais da Argentina, Chile e Costa Rica. "Como pessoas comuns, somos influenciados pelas questões morais da sociedade. Mas, enquanto educadores, temos que ir além do senso comum, nos apropriarmos dos nossos debates, de tudo que propicia renovar os nossos conhecimentos para mudarmos. Isso não se faz de um dia para outro, mas temos que ter uma iniciativa", destacou a sindicalista.
Resistência - Os presentes realizaram uma avaliação das atividades internas desenvolvidas em 2010 e levantaram as principais dificuldades encontradas em discutir a questão, sobretudo a resistência das pessoas em discutir o assunto que ainda é um tabu. Tal empecilho não foi verificado em Mato Grosso. "Nesse sentido, o Sintep/MT criou, no Conselho de Representantes (CR) de 4 e 5 de dezembro, um coletivo da diversidade sexual, espaço para discussões, proposições e debates, com reuniões regulares", salientou Jocilene Barboza. Isso porque já está enraizada nos profissionais do Estado a cultura de que o Sindicato participa ativamente de assuntos que ultrapassam a pauta de reivindicações da categoria. No mesmo CR, a entidade instalou coletivos das Mulheres,  Antirracismo e de Saúde e Meio Ambiente. Ainda em 2010, o Sintep/MT realizou o I Seminário de Gênero e Diversidade e incluiu o tema no texto-base do XIV Congresso propiciando ainda o debate  na mesa que tratou da  Educação em direitos humanos, gênero, diversidade e combate ao racismo.
Direitos Humanos - A estratégia para o avanço do debate é mostrar a temática da diversidade sexual do ponto de vista dos direitos humanos. "Essas crianças acabam tendo problemas que influenciam no processo de aprendizagem. Como elas fogem do padrão que se convencionou normal, são alvos de ódio, intolerância e preconceito. Por conta disso, a escola está descartando esses jovens por conta do desconhecimento. E isso não cabe mais na educação", ressaltou a vice-presidente do Sintep/MT. Prova de que a marginalização é contínua é o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que detectou que os maiores motivos de discriminação no local de trabalho são o HIV e a homossexualidade.
Informação - Um importante passo na quebra de mais esse paradigma é a informação. "Hoje já temos diversas publicações que subsidiam debates e facilitam a compreensão em como tratar a questão", explica Jocilene Barboza. O principal instrumento lançado pelo governo federal foi um eixo exclusivo para tratar o tema no Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH3).


Cuiabá, MT - 17/12/2010 00:00:00


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