Em assembleia geral
realizada hoje (16) à tarde, na Escola Estadual Presidente Médici,
trabalhadores da educação decidiram manter por tempo indeterminado a greve iniciada
há dez dias. O governo do Estado não apresentou nova proposta ao Sindicato dos Trabalhadores no
Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), como havia sido sinalizado na última
reunião realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na
terça-feira (14). Após a assembleia, foi realizada uma passeata até a Praça
Ipiranga, no Centro de Cuiabá.
Os trabalhadores da educação também rejeitaram a última proposta
realizada pelo governo (implantação do piso salarial de R$ 1.312,00 até
dezembro de 2011). Um ato público será realizado na próxima segunda-feira (20),
às 14h, em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). De lá, o
movimento segue para a Praça Ulisses Guimarães, onde será montado um acampamento.
Na próxima quinta-feira (23), farão uma vigília em frente o Palácio Paiaguás,
para cobrar atitudes do governador Silval Barbosa. Segundo o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, a
mobilização deve ser incentivada, por isso o acampamento se justifica. Serão
montados grupos de trabalho para agregar mais trabalhadores à causa. Também
serão convocadas três pessoas de cada município para compor o acampamento e
incentivar a participação dos trabalhadores do interior do Estado. "A interlocução na Assembleia Legislativa é
fraca, não consegue nem fazer a intermediação necessária para resolver o
impasse. Eles não possuem responsabilidade nenhuma e nem vontade política de
garantir educação de qualidade para a população", afirmou o sindicalista. Os trabalhadores da educação lutam pela implantação imediata do
piso salarial de R$ 1.312,00, mas também pelo pagamento das horas atividades
para professores contratados, pela posse imediata dos professores aprovados e
pelo avanço na lista dos classificados nos concursos. O movimento é para
garantir que os professores tenham condições de se dedicar integralmente aos
seus alunos, sem precisar ter dois ou mais empregos. Além disso, é preciso
investir na estrutura das escolas para que educação de qualidade seja levada à população.
A aplicação do piso salarial de R$ 1.312,00 reivindicado pelos
trabalhadores da educação não está fora da realidade financeira de Mato Grosso.
Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco
mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da
Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento
de salários dos profissionais da educação. A análise está baseada no estudo
feito pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso
(Sintep/MT) e que não foi contestado pela Secretaria de Estado de Educação
(Seduc). Em busca de mobilização - Os
trabalhadores da educação estão decididos a trabalhar em prol da mobilização
cada vez maior de seus companheiros. Atualmente, 76% das escolas estaduais
estão totalmente paralisadas. Segundo o secretário de Comunicação do Sintep/MT,
Julio Cesar Martins Viana, "quem não está focado na greve, se junta ao governo
no descaso para com a educação". A diretora da regional Médio Norte II, Miriam
Ferreira Botelho, concorda com o secretário e afirma que "este é um momento
decisivo e não podemos arredar os pés. Temos que estar mais fortes, acampar e
utilizar todos os nossos artifícios para que o governo dê a importância
necessária à educação". Para o professor da rede estadual, José Tiaraju, os grupos de
trabalho são importantes para agregar mais trabalhadores, além da definição de
um calendário de atividades. "Estou satisfeito com os encaminhamentos,
precisamos aglutinar mais profissionais, não podemos esperar ser chamados pelo governo
para resolver", frisou o professor. Fonte: Pau e Prosa Comunicação