O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, no último dia 17, em Genebra, uma resolução sobre a violação dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). O documento foi apresentado pela África do Sul, em conjunto com o Brasil e mais 39 países de todas as regiões mundo, e aprovado com 23 votos a favor, 19 contra e três abstenções.

A resolução pede que a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU encomende um estudo, a ser concluído até dezembro de 2011, "para documentar Leis e práticas discriminatórias e atos de violência contra as pessoas por motivo de sua orientação sexual e identidade de gênero, em todas as regiões do mundo, e para documentar como a legislação internacional de direitos humanos pode ser utilizada para pôr fim à violência e às violações dos direitos humanos cometidas por motivo de orientação sexual e identidade de gênero". Além disso, o documento aponta que os resultados do estudo sejam discutidos durante a 19ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, quando este deverá dar encaminhamento às recomendações do estudo.

Diante do voto favorável do Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, disse que "a Associação agradece e parabeniza o governo brasileiro que, por meio do Ministério das Relações Exteriores e toda sua equipe, tem se destacado no cenário internacional na defesa dos direitos humanos das pessoas LGBT".

Ele acrescentou que embora na ONU o Brasil tenha votado a favor da resolução, o País precisa fazer lição de casa. "Esperamos que a nova ministra das Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, peça para a base aliada do governo no Congresso Nacional que também vote favorável à criminalização da homofobia no Brasil. E que não tenhamos que recorrer novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para resolver mais essa questão, já que estamos aguentando já há 11 anos a inércia e a omissão do Congresso Nacional que não vota a matéria", desabafou.

Veja como foi a votação:

A favor: Argentina, Bélgica, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Eslováquia, Espanha, EUA, França, Guatemala, Hungria, Japão, Maurício, México, Noruega, Polônia, Reino Unido, Coreia do Sul, Suíça, Tailândia, Ucrânia,Uruguai

Contra: Angola, Arábia Saudita, Barein, Bangladesh, Camarões, Djibuti, Federação Russa, Gabão, Gana, Jordânia, Malásia, Maldivas, Mauritânia, Moldova, Nigéria, Paquistão, Qatar, Senegal, Uganda.

Abstenções: Burkina Fasso, China, Zâmbia

Ausentes: Quirguistão, Líbia (suspensa)


Cuiabá, MT - 20/06/2011 00:00:00


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