Mais de 50 mulheres, representantes de Mato Grosso na Marcha das Margaridas, iniciaram a caminhada nesta segunda-feira (10.08) entoando canções de fortalecimento à luta feminista. Durante a manhã elas estiveram reunidas no auditório do Sintep-MT reavaliando as metas e traçando estratégias para os trabalhos que desenvolverão na Marcha nacional, dias 11 e 12 de agosto, em Brasília. Às 13 horas, embarcam no ônibus rumo a Capital Federal.
Ainda pela manhã, participaram da palestra da defensora pública Rosana Leite de Barros, que apresentou pontos relevantes para que juntas façam a defesa da democracia, contra a violência sexista e pelo respeito aos direitos das mulheres.
A palestrante convidada aproveitou a oportunidade para alertar que algumas conquistas garantiram direitos às mulheres, mas que é necessário mudanças em práticas e condutas dentro dos lares. Conforme a defensora pública, a Lei Maria da Penha ou o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), entre outros, não conseguirão transformar hábitos familiares que sustentam as práticas machistas e preconceituosas na sociedade.
Segundo Rosana Barros, a vulnerabilidade cotidiana das mulheres se dá nos lares, nas famílias. As leis são ações positivas de obrigação do Estado, mas elas não controlam a educação e valores que os país repassam aos filhos. Hábitos como deixar as crianças assistirem na televisão o excesso de exposição do corpo feminino, ou ainda, incentivem os filhos pequenos a ter namoradinhas na escola, reforçam as práticas de desrespeito às mulheres.
Conforme a especialista, muitas praticas podem parecer ingênuas mas conduzirão a futuras ações machistas. E cita como exemplo, o desrespeito dos homens ao assobiarem (fiu-fiu) para a figura de uma mulher que passa na rua, ou mesmo a mulher que acredita ser esse, um sinal de valorização.  “São ações cotidianas que reafirmam o papel machista em nossa sociedade, fazendo acreditar que o homem é superior”.
A Marcha das Margaridas, que tem na programação uma agenda nesta quarta-feira (12.08) com a presidenta Dilma Rousself, nasce a partir da luta da dirigente sindical Margarida Maria Alves. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, por lutar pela terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade no campo. Por 12 anos foi presidente do Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB) e incansável guerreira na batalha contra o analfabetismo, as injustiças e a exploração, e uma defensora fervorosa da reforma agrária.
As mato-grossenses saem da capital nesta segunda-feira, às 13 horas, com previsão de chegada em Brasília, Estádio Mané Garrincha, amanhã (11.08), no final da tarde, “pra mudar a a sociedade do jeito que a gente quer, sem vergonha de ser mulher”... (diz um trecho de uma das canções de luta)

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 10/08/2015 16:56:45


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