Iniciou-se nessa quarta-feira (02/12), em San Jose, Costa Rica, o III Encontro do Movimento Pedagógico Latinoamericano. O evento conta com a participação de 18 países latinoamericanos e 34 entidades afiliadas à Internacional da Educação para América Latina – IEAL, além de companheiros e companheiras dos Estados Unidos, Noruega, França e Suécia. A CNTE participa com uma delegação de 100 trabalhadoras e trabalhadores da educação de dezesseis entidades afiliadas.

Transformações no continente

Durante a abertura, as intervenções foram no sentido de apresentar os desafios que as organizações membros da Internacional da Educação devem enfrentar para avançar nos objetivos da entidade para o próximo período.

Acompanhe ao vivo o III Encontro do Movimento Pedagógico Latinoamericano.

Gilberto Cascante, presidente da Associação Nacional de Professores (ANDE - Costa Rica), deu as boas vindas às organizações filiadas à Internacional da Educação e enfatizou a importância do trabalho a ser feito nos próximos dias. "Queremos mudar a estrutura dos sistemas de ensino e criar novas propostas educacionais a partir de nossas bases. Na Costa Rica, realizamos mais de 80 oficinas para desenvolver estratégias de fortalecimento para a educação e promover a mudança educacional e social que precisamos”, disse.

Para o companheiro Henri Nouri da SNES (França), a educação só muda se houver transformações no modelo social e com a conquista de direitos. “Se queremos avançar na educação temos que transformar a sociedade. Apoiamos a Internacional da Educação e esperamos que todas as experiências de luta que trocamos aqui possam ser implementadas em todos os países”.

JOR1820Educação livre e emancipadora

O presidente da Internacional da Educação para América Latina – IEAL, Hugo Yaski, falou sobre os caminhos que o movimento deve trilhar. "Estamos iniciando uma nova fase. Agora, devemos ter um olhar mais introspectivo sobre as profundas experiências e práticas de ensino que temos desenvolvido e alinhá-las com a luta e os movimentos que acontecem em toda a sociedade. Temos que incorporar outros setores sociais, pois a construção de alianças é fundamental", enfatizou Yasky.

Robert Franklin Leão, presidente da CNTE e vice-presidente mundial da Internacional da Educação, disse que o movimento deve avaliar todas as políticas que estão sendo implementadas nos países e assumir uma postura de combate àquelas que não consideram o ponto de vista dos sindicatos. “Não podemos aceitar retrocessos e a América Latina não pode ser submetida a uma lógica que não é a sua. Nosso desafio é construir juntos a nossa própria pedagogia e seguir o sonho de uma América livre, independente e que pratica uma educação libertadora", concluiu.

Metas para fortalecer a educação

O cumprimento das metas educacionais para a América Latina, no período 2021/2030, depende muito da articulação junto à sociedade civil. Esta questão foi levantada pela representante da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Evelyn Cedeño. “A mobilização da sociedade civil (sindicatos e ONGs), é chave para assegurar que a educação seja garantida como um direito civil e um dever do Estado”, enfatizou.

Enfrentamento à comercialização e privatização

David Edwards, Secretário Geral da Internacional da Educação, falou sobre a campanha mundial que a entidade lidera, para combater a comercialização da educação que os grandes grupos educacionais promovem, comandadas pelo Banco Mundial.

Essa campanha visa esclarecer as intenções dessas empresas e sua atuação no sentido de promover a educação privada, com foco nos países latinoamericanos. “No Congresso Mundial da IE em Ottawa, recebemos a missão de desenvolver essa campanha. Começamos a campanha observando o que está acontecendo no resto do mundo. O mercado de ensino totaliza mais de três bilhões de dólares e muitos governos estão facilitando a entrada e atuação desses grupos. Então tentamos mostrar aos investidores o que realmente fazem essas multinacionais”, explicou.

Paralelamente, a Internacional da Educação lança outra campanha sobre a qualidade dos ambientes de trabalho, estabelecendo parâmetros do que significa ter boas condições de ensino para desempenhar a atividade docente.

Avanços e desafios da educação

No painel que reuniu a Ministra da Educação da Costa Rica, Sonia Marta Mora e os Ministros de El Salvador, Carlos Canjura, e da Bolívia, Roberto Aguilar, os participantes receberam um panorama da educação no continente, através das experiências que estes países têm implementado.

Inseridos em governos do campo popular democrático e utilizando metodologias inovadoras que buscam superar as diferenças sociais em seus países, o trabalho deles tem contribuído para transformações sociais, educando para uma nova cidadania com visão planetária da realidade. Em suas agendas eles têm inserido, por exemplo, a diversidade dos povos e populações assistidos pela educação pública, como é o caso das populações originárias e buscado destinar parte dos recursos provenientes de suas reservas energéticas à educação, no caso específico da Bolívia.

Agenda

O evento continuará até sexta-feira (04/12) e tem na pauta temas como a questão da privatização e mercantilização da educação e a apresentação de experiências pedagógicas que as entidades filiadas inscreveram para o Encontro, num espaço para compartilhamento e socialização de experiências produzidas e vivenciadas pelos educadores diretamente na escola, com uma compreensão de que o trabalho docente é a espinha dorsal dos direitos humanos e sociais na educação pública e popular.

Confira todas as fotos do evento no Facebook da CNTE.

Cuiabá, MT - 03/12/2015 18:11:19


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