O Sintep/MT -  Sindicato do Trabalhadores Públicos do Ensino Público lamenta a manifestação divulgada na mídia justificando os supersalários de integrantes do Ministério Público através da comparação com o salário do magistério. Considera-se que o trabalho das professoras e professores não é exigente e, por isso mesmo, paga-se menos. Trata-se de uma afirmação sem conhecimento de causa. Sem propriedade e inadequada.

Mesmo que não houvesse intenção de discriminar, a justificativa dada por um membro do Ministério Público de Mato Grosso de que os altos salários dos pares se deve a vasta gama de atribuições e responsabilidades que exercem é lamentável a um membro do Ministério Público desqualificar o trabalho de um profissional da educação, ignorando a responsabilidade e compromisso da maioria desses profissionais.

Considerando que os profissionais docentes não integram uma casta dos supersalários, há que se lembrar que em termos de dedicação é uma profissão incomparável. O mesmo, se dedica antes de entrar em sala, pois precisa preparar a aula. Depois entra em uma sala com até 35 ou 40 alunos, às vezes até sem ventilador. Convive e precisa atuar na escola considerando a diversidade, as lacunas da educação familiar e a falta de infraestrutura e de materiais pedagógicos na própria escola.

E o que falar das necessidades dos alunos, que para além da aprendizagem, exigem do professor condições de conhecimentos em outras áreas para poder atuar no necessário diagnostico das questões cognitivas, afetivas e sócio-educaionais. Sabe-se, portanto, que muitos problemas dos alunos são resolvidos na escola, e não chegam ao Ministério Público. Tudo isso, exige a dedicação plena da vida do educador, que está para além da dedicação exclusiva em sala de aula.

Pior que ver os altos salários é perceber que o Ministério Público e a Justiça em nosso estado fecha os olhos antes estas injustiças, castigando um profissional que alivia em muito o próprio trabalho da justiça e do Ministério Público.

O Sintep/MT não é e não será contra a remuneração digna dos membros do judiciário. Queremos, na realidade, a justa remuneração dos profissionais da educação. Quiçá um dia possamos ser referências e reverenciados, como no gesto do  Imperador no Japão de se curvar unicamente diante dos educadores, como aquele profissional em que por suas mãos passam todos os demais profissionais. Muitos, dos quais injustamente, ganham supersalários enquanto os educadores sofrem na pele com a falta de condições para melhor se dedicar à tarefa de ensina e educar e ainda são vítimas da violência, de enfermidades e ainda hoje tem dificuldade de viver dignamente.

Profissionais da Educação desvalorizados: se isto é ruim para a educação, é pior para o povo!

A Diretoria

Sintep/MT Livre, Democrático e de Luta!

Cuiabá, MT - 23/08/2017 10:15:57


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