"A qualificação contínua de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem é a mola propulsora do saber", foi assim que o secretário de formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, abriu sua apresentação na Conferência Nacional de Educação (Conae 2010). Na terça-feira (30) de manhã, ele foi um dos debatedores da mesa Políticas Públicas e Desafios para a Formação Continuada de Professores.

"Não basta qualificar só os docentes, é preciso qualificar também os funcionários que trabalham na escola e que, por conseguinte, tem seu papel de protagonista na constituição do pensamento e caráter do aluno", disse o secretário.

Ele destaca que, no Brasil, as discussões sobre metas e qualificação empacam na elaboração de documentos como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, "que orienta o modelo de ensino praticado nas primeiras séries à especialização de professores, mas desconsidera as peculiaridades de cada região, aumentando as diferenças entre elas", completa.

Gilmar criticou ainda a disparidade da formação dos professores no Brasil. "Uns têm formação de professor polivalente, que provém dos cursos de pedagogia ou de educação, o que pode significar menos conhecimento em disciplinas específicas. Por outro lado, há docentes com licenciatura em cursos específicos que ensinam numa perspectiva de transmissão de conteúdos, às vezes distantes do compromisso com a educação", comparou.

Falta de recursos

O vice-presidente da CNTE, Milton Canuto de Almeida, falou na Conae 2010 sobre a relação entre a educação pública de qualidade e o sistema tributário brasileiro. Segundo Milton, faltam recursos para bancar uma educação de qualidade no Brasil.

O vice-presidente da CNTE afirmou que o Brasil tem uma carga tributária que representa mais de 33,8% do PIB (Produto Interno Bruto: a riqueza que o país produz). No entanto, apenas 4% desse valor de tributos pagos pelos brasileiros retornam para a Educação.

Ao falar sobre as desigualdades do sistema tributário brasileiro, Milton afirmou que as diferenças são notáveis entre os que pagam: "A realidade brasileira retira mais de quem tem menos"; e entre os que recebem: "O Nordeste tem a maior taxa de analfabetismo e a menor capacidade de financiar a Educação. O desequilíbrio é brutal".

O consultor para Assuntos Educacionais do Congresso Nacional, professor Paulo de Sena Martins, listou algumas possibilidades de novas fontes de recursos para financiar a Educação no Brasil. Ele citou, dentre outros, recursos que possam vir, futuramente, com a criação do Fundo Social do pré-sal; a garantia do não retorno da cobrança da DRU (Desvinculação das Receitas da União) sobre os recursos federais destinados à Educação (a desvinculação foi promulgada pelo Congresso Nacional em novembro do ano passado); e a inclusão de parcela das contribuições sociais para a Educação.

 

Fonte: CNTE

Cuiabá, MT - 01/04/2010 00:00:00


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