Integrantes do Observatório da Equidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) apresentaram nesta quarta-feira (31), na Conferência Nacional de Educação (Conae 2010), um panorama das principais dificuldades e desafios enfrentados pelo sistema de ensino brasileiro. Juçara Dutra, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) no CDES, apontou o alto índice de analfabetismo como um dos principais fatores da desigualdade social no país.

 "O observatório detectou também outros obstáculos como o acesso restrito à educação de qualidade, sobretudo entre as crianças; os níveis insuficientes e desiguais no desempenho do ensino fundamental, com acesso limitado para alunos com deficiência; baixos índices de aprovação no ensino médio; e acesso restrito e desigual ao ensino superior", afirmou.

Mas ela reconhece que o cenário educacional no Brasil passou por avanços nos últimos anos. "O Plano de Desenvolvimento da Educação tem cumprido o papel de integração entre os entes federados, dando maior visibilidade  sobre os problemas enfrentados na educação. Outro exemplo é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), aprovada pelo Congresso, que torna obrigatório o acesso à escola por crianças e jovens de 4 a 17 anos de idade", lembra.

IPEA

O representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Aparecido Ribeiro, disse que um dos principais entraves para o desenvolvimento social no Brasil é a má gestão dos impostos. "Pouco mais de 4% do PIB é destinado  à educação. A recomendação internacional é de cerca de 6%".

Ribeiro defende a destinação de recursos do pré-sal para a saúde e a educação, de forma regulamentada, e considera a Copa do Mundo de 2014 e o Jogos Olímpicos de 2016 como grandes oportunidades para o desenvolvimento de jovens. "O investimento tem que ser pensado a longo prazo para que o esporte seja um incentivo à educação e à cidadania", concluiu.

Valorização

Ao participar ontem (31) da Mesa de Interesse "A Valorização Profissional no Plano Nacional de Educação", Juçara Dutra Vieira disse que a valorização dos profissionais da educação deve ter um grande destaque na Conae 2010, uma vez que "caberá aos educadores, comprometidos, a responsabilidade de assegurar mudanças importantes que a sociedade brasileira tanto precisa e que passa pela educação".

Juçara Vieira afirmou que os problemas da educação no Brasil não são setoriais e sim de organização econômica, social e tributária.  E acrescentou que a desigualdade tem cor e está evidente na escola quando  comparamos o acesso de crianças brancas e negras à educação.

 "Não podemos ser indiferente a essa realidade no país", afirmou a dirigente da CNTE, ao destacar o compromisso dos professores, com a educação, com as políticas públicas e com a escola.

 A Secretária de Finanças lembrou ainda os compromissos éticos dos profissionais de educação com a defesa de uma educação pública de qualidade, com a não discriminação no espaço escolar  e com a construção do serviço público de qualidade.  Mas, lembrou que para se conseguir tudo isso é necessário profissionalismo que abrange carreira, salário, condições de trabalho e jornada, componentes defendidos pela CNTE.

 

 

Fonte: CNTE

 

Cuiabá, MT - 01/04/2010 00:00:00


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