O início de fevereiro de 2018 foi marcado pelo despejo de mais de 130 famílias em acampamentos rurais nos municípios de Cáceres (215 km de Cuiabá) e Juína (735 km da Capital). Na luta pelas terras improdutivas, os trabalhadores rurais perderam para empresários e grandes fazendeiros e terão de deixar o lugar onde criaram animais e fizeram pequenas plantações.
Despejados da Gleba Rio Verde, em Juína, cerca de 30 famílias não têm para onde ir. Eles ocuparam a região em 2003, em uma extensão vaga, de um assentamento estabelecido pelo Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Mesmo com 15 anos de ocupação da área, no dia 2 de fevereiro, por determinação do Poder Judiciário, tiveram que desocupar as terras e retirar os currais, tanques de peixes, plantações e casas construídas.
Em Cáceres, no Acampamento Renascer, mais de 100 famílias trabalham há sete anos na área de 2.600 hectares. Laudos técnicos do Incra comprovaram três vezes que a terra era improdutividade, a partir de então passou a ter criações de porcos, galinhas e hortas de subsistência. Ainda com essas comprovações de utilização da terra, o terceiro despejo dessas famílias ocorreu em 01 de fevereiro.
"Pessoas que construíram as suas vidas, seus sonhos nessas áreas, estão sem saber para onde ir, porque a Justiça não falha em atender os interesses de quem tem poder econômico. Apoiamos a luta dos sem-terra, que apenas querem um lugar para poder sobreviver a partir do seu trabalho", enfatiza o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Carlito Pereira da Rocha.
Assessoria Sintep/MT