Um grupo de dez a doze pessoas, entre interinos desempregados pelo governo, e dirigentes sindicais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), estiveram ontem pela manhã (29.04), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, pressionando os deputados a darem encaminhamento a uma proposta de assistência para os contratos temporários desassistidos pelo governo durante a pandemia do Covid-19. 

A revolta, simbolizada pelo pequeno grupo, foi manifestada em cartazes em que cobravam agilidade nas ações de Estado. “Educadores tem Fome ou A fome não Espera”, registravam os cartazes. “O governo esqueceu dessas pessoas, que são trabalhadores de ontem e de hoje na rede estadual. O governador Mauro Mendes os colocou numa situação humilhante, de depender de famílias e amigos ou de cestas básicas”, disse indignado o presidente da subsede do Sintep de Cuiabá, João Custódio.

O professor de artes, ênfase em música, da rede estadual, em Cuiabá, Vanderson relata que já tinha feito a atribuição quando foi surpreendido pelo decreto do governo, suspendendo as atividades escolares, e os contratos dos interinos, na rede estadual. Há dez anos atuando na educação estadual, teve sua vida desestabilizada no momento mais crítico, de isolamento social. 

Vanderson e a esposa atuam como interinos no estado, e ele faz extras como músico. Contudo, não teve alternativa, já que o confinamento suspendeu as atividades públicas. Depois de dois meses desempregados (janeiro e fevereiro) tiveram que contar com a ajuda do Sindicato, da família e de amigos, para se manter nesses mais de 30 dias. “É muito humilhante, estou com aluguel e contas em atraso”, relata.

Há 15 anos na rede estadual, o professor de Língua Portuguesa, Francis, sempre soube trabalhar com os recursos nos meses de janeiro e fevereiro, quando fica desempregado. No entanto, nesse último mês a condição que deram aos professores o fez repensar a própria prática. “A sua dignidade vai ralo abaixo”, disse.

Conforme o professor Francis, o governo fez a opção política, econômica, em detrimento da humanitária. “Eu, enquanto gestor, na posição de cuidar de uma sociedade, de uma população, priorizaria a sustentabilidade. Se você não tem condições sequer de se alimentar durante uma pandemia, da condição para que ela se alastre”, disse.  

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 30/04/2020 12:13:14


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