Sob protestos, secretário de educação não apresenta lista oficial com as unidades escolares que o governo pretende fechar

O secretário de estado de Educação, Alan Porto, foi sabatinado na manhã desta quarta-feira (25/11) no plenário da Assembleia Legislativa, por Deputados Estaduais. O tema dos questionamentos foi a determinação do governador Mauro Mendes para o fechamento de diversas unidades de ensino da rede pública em todo o Estado.

Durante cerca de duas horas e sob forte protesto de trabalhadores da Educação, o gestor apresentou um plano de “realocação” de estudantes, usando como argumento, uma utilização mais eficiente dos espaços. As explicações receberam vaias dos educadores e também de estudantes que acompanharam a apresentação da galeria. O motivo das vaias, é que, em alguns momentos, o secretário apresentou fotos em slides, de algumas unidades de ensino que estão em péssimas situações de estrutura. 

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, criticou a falta de transparência do governo que, até o momento, não apresentou uma lista oficial com os nomes de todas as escolas que pretende fechar e nem mesmo uma explicação plausível para tal. Unidades como a Escola Estadual Mercedes de Paula Sôda localizada em Várzea Grande e que tem cerca de 900 alunos, Escola Miguel Baracat e Escola Hernandy Baracat de Arruda, além do CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos), já receberam a sentença de fechamento.

“O governo do estado não está tratando com transparência esse processo que chama de reorganização de estudantes. O governador está tratando disso de forma horizontal, apenas determinando à secretaria de Educação o fechamento de unidades sem construir soluções junto à comunidade escolar, com aqueles que estão diretamente envolvidos, sem prestar nenhuma explicação do que vai acontecer com os jovens que não terão mais a escola dentro do bairro, perto de casa, para se matricular no ano que vem”, criticou Valdeir.

O Deputado Estadual Henrique Lopes (PT), que convocou a sabatina, também questionou o secretário sobre os motivos do executivo para o fechamento de Unidades de Ensino e também dos CEFAPROS, que são os Centros de Formação Profissional. “O que vai acontecer com os trabalhadores dessas unidades fechadas? Não houve nenhuma conversa ou explicação. Isso é agir de maneira antidemocrática”, pontuou o parlamentar, que também citou o fato de que o governo excluiu o voto na eleição de diretor de escola, instituindo um edital para realizar um processo seletivo em substituição. “Os desmandos desse governo no que se refere ao processo de desmonte da Educação Pública ultrapassa e ignora inclusive as leis, como a 7.040, que há vinte e dois anos, assegura a gestão democrática na escolha de diretor das unidades”, disse.

Diversos trabalhadores da educação também participaram fazendo perguntas da galeria. Entre os questionamentos ao secretário Alan, o problema que pode surgir com a realocação de estudantes, que é a superlotação nas unidades para onde os alunos seriam remanejados. Sobre isso, o gestor disse que existe um projeto de ampliação das unidades escolares que vão receber a demanda das unidades fechadas, no entanto, mais uma vez, se furtou de apresentar um calendário detalhado de reformas ou um estudo sobre os impactos desses fechamentos para os estudantes remanejados.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 25/11/2020 17:58:52


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