Dirigentes do Sintep-MT alertam sobre necessidade de investimentos para um novo modelo de ensino à distância

Nesta quinta-feira (14/01), representantes do governo do estado e da comunidade escolar se reuniram para discutir sobre qual o melhor modelo para o retorno das aulas, já anunciado pela Seduc-MT, para o dia 8 de fevereiro. Durante os debates, ficou evidente que o retorno presencial, ainda que no sistema híbrido (onde parte da turma participa presencialmente enquanto a outra fica em casa), não é viável. 

Para Guelda Andrade, diretora de Políticas Educacionais do Sintep-MT, é preciso colocar em debate a questão curricular. “Pelo que tudo indica, não retornaremos de forma presencial tão cedo para as salas de aula, levando em consideração a falta de vacina, aumento no número de casos de Covid e o processo de  mutação do vírus,  então, temos que pensar de forma estratégica sobre como implementar esse ensino à distância, de modo que ele seja realmente eficiente”, disse.

Para a educadora, em 2020, os profissionais da educação,. principalmente os professores foram massacrados ao terem sob seus ombros a responsabilidade de ensinar, construir conhecimento, sem que uma estrutura adequada fosse colocada à disposição deles e dos estudantes. “Hoje mesmo na reunião, aqui dentro da Seduc, a conexão da internet estava muito ruim. Imagine só como é nos municípios mais distantes da capital? O que a secretaria de Educação e o governo Mauro Mendes precisam fazer, é investir fortemente em equipamentos, em uma boa conexão de internet, além de pensar um currículo mais flexível, não adianta pensar que o mesmo currículo presencial será implantado com sucesso no formato a distância. Os profissionais não estão se negando a fazer o trabalho, pelo contrário, estão dando o seu melhor diante desse cenário, declarou.

Durante a reunião, o secretário de Educação Alan Porto disse que o governo vai anunciar na próxima semana, uma Tomada de Preços, para aquisição de 12 mil notebooks e também para a contratação de plataformas para o ensino online do Teams e Google. Além disso, afirmou que cerca de 70 unidades escolares receberão o valor de R$ 33 mil reais para implementar melhorias na estrutura física das escolas.


Para Guelda, os investimentos precisam contemplar, de forma justa e homogênea, todas as unidades presentes nos 141 municípios do estado. “Os investimentos devem garantir a mesma qualidade na questão de estrutura e ferramentas, bem como todos os equipamentos necessários, tanto para estudantes da capital, como para aqueles que residem no menor e mais distante município de Mato Grosso, e que muitas vezes, são os mais carentes de recursos, para além das questões técnicas faz-se necessário uma boa dose de humanismo e sensibilidade”, enfatizou a sindicalista. 

“No ano passado, todos os profissionais da Educação sofreram muito com uma realidade completamente atípica. Demos aulas, sem saber se, de fato, os estudantes estavam conseguindo aprender e acompanhar os conteúdos. Muitos sequer tinham acesso à internet ou a um computador”, disse Maria Luiza Zanirato, Secretaria Adjunta de Políticas Educacionais do Sintep-MT. 

Sobre a possibilidade de um retorno presencial, Maria Luiza faz um alerta. “Os casos de Covid estão numa constante crescente e isso preocupa. Vemos esse quadro se agravar a cada dia, colocando Mato Grosso cada vez mais no topo da lista entre os estados da federação com maior número de contaminações diárias e em contrapartida, não vemos um movimento do governo para frear esses casos. A meu ver, primeiro deveríamos cuidar de diminuir essas estatísticas, para só depois, debatermos o modelo de ensino”, disse. 

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.

Cuiabá, MT - 15/01/2021 17:17:18


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