A falta dos kits alimentação para tosos estudantes fica ainda mais grave nesse mês de março, devido à pandemia e o decreto de suspensão de atividades
Faltam recursos nas escolas para compra de Kits de alimentação escolar para todos os estudantes da rede estadual. Desde o mês de fevereiro, quando o governo divulgou a entrega das cestas básicas para todos os estudantes matriculados, as escolas estaduais aguardam a chegada de verbas para aquisição dos alimentos. Enquanto isso, os trabalhadores da educação vivenciam a angústia de dizer aos alunos e familiares que os mantimentos sequer foram adquiridos e não têm prazo de entrega.
São situações diversas vivenciadas pelas escolas. Em alguns os recursos foram anunciados, mas ainda não chegaram no caixa. Em outras, a falta de diretores tem inviabilizado todo o financeiro da unidade. Existe aquelas em que o recurso utilizado é do ano anterior, mas não atende a todas as matrículas. Em outras, como é o caso dos antigos Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJAs), transformados em Escolas Estaduais de Desenvolvimento Integral de Educação Básica (Eedieb), o caixa está vazio. Ou porque a unidade perdeu a identidade jurídica (CNPJ) e não recebeu outra, ou quando existe a conta, faltam os recursos.
A falta dos kits alimentação para todos os estudantes fica ainda mais grave nesse mês de março, devido a pandemia, quando os gestores foram informados que os recursos não serão enviados, enquanto durar o decreto de suspensão de atividades em virtude da pandemia. Mas é ainda mais grave a situação dos estudantes, que contavam com uma cesta de alimentos para ajudar a enfrentar a crise sanitária e as dificuldades econômicas das famílias. “Neste momento estamos de mãos atadas”, informam os gestores.
Apesar da pandemia, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) constata que o atraso na entrega dos kits é anterior ao decreto. “O anúncio era para 18 de fevereiro. O governo tenta iludir a população. “São velhas práticas de gestão. O que o governo Mauro Mendes faz é passar um verniz na política educacional, na tentativa de ofuscar o processo de desmonte da Educação Pública Gratuita, e dos direitos dos estudantes”, afirma a primeira secretária do Sintep/MT, Sidinei Cardoso.
Sidinei, que é professora em Sinop, relata que a unidade onde leciona, conseguiu por esforço da gestão, ampliar o fornecimento dos kits alimentação para 600, dos cerca de 2 mil estudantes matriculados. Conforme relata, a gestora tinha recursos para 300 cestas, e negociou com os fornecedores a compra de mais 300. Ainda assim, se for para distribuir para todos os matriculados, o estado terá que encaminhar verba complementar.
O diretor regional da Baixada Cuiabana do Sintep/MT, e diretor da escola estadual em Poconé, Ricardo Assis, informa que até o momento as escolas estaduais, no município, não fizeram a entrega dos kits para todos e agora com a pandemia o fornecimento deve ser adiado.
A entrega tem sido realizada em várias escolas em que há saldo de caixa do ano anterior. A entrega dos Kits foi suspensa em 2020 – por isso dinheiro em caixa de várias escolas. O motivo foi o aumento no valor dos produtos e a recusa dos fornecedores de vender pelo preço do pregão feito no início do ano de 2020. Com isso, os estudantes e os responsáveis não receberam as cestas no final do ano.
As cobranças dos pais e alunos têm sido constantes diante das informações produzidas pela Seduc-MT, quando anuncia na mídia que as entregas dos kits estão acontecendo normalmente para todos os estudantes da rede pública estadual. Para esses questionamentos a orientação é que os pais e responsáveis pressionem, liguem na Seduc-MT e no Ministério Público Estadual cobrem o direito, sugerem os dirigentes do Sintep/MT.
Fonte: Sintep/MT