Mauro Mendes diz em rede nacional temer 3ª onda da Covid, mas insiste em aulas presenciais

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes disse na terça (25/05), em entrevista veiculada pelo grupo Bandeirantes de comunicação, no programa de rádio comandado por José Luiz Datena, que teme uma terceira onda da Covid-19 no estado.

Durante a entrevista, Mauro Mendes destoou e muito do discurso utilizado quando da defesa para o retorno presencial das aulas na rede pública de ensino no estado. Nas palavras do governador “contra dados não há argumentos”. A frase foi dita por Mendes quando perguntado por Datena se Mato Grosso aponta para essa terceira onda. “Os casos de Covid-19 estão crescendo no brasil inteiro e em Mato Grosso voltou a crescer nos últimos dias, assim como as taxas de ocupação de UTI’s que já estão acima de 80%. É fato que, pelos números que são divulgados, essa terceira onda, com essa cepa indiana que entrou no país, e foi um descuido enorme... Pode fazer um estrago gigantesco na vida, na saúde e na economia desse país”, disse o governador de Mato Grosso.

Segundo o Secretário de Redes Municipais do Sintep-MT, Henrique Lopes, o discurso do governador soa incoerente quando o mesmo insiste em querer obrigar trabalhadores da educação e os estudantes a retornarem às aulas presenciais. “Se há iminência de uma terceira onda, com todos os municípios do estado com classificação alta ou muito alta para o risco de contágio e UTI’s praticamente lotadas, insistir nessa insanidade que são as aulas presenciais neste momento, é um ato de covardia e uma sentença de morte para muitas pessoas que não conseguirão sequer ser atendidas, visto que o sistema de saúde já dá sinais de colapso”, disse Henrique.

Mendes ainda citou na entrevista à Datena que “essa transmissão em larga escala vai promovendo mutações no vírus e isso é muito perigoso”. Sobre essa afirmação do governador, o sindicalista destaca que é exatamente esse cenário que será promovido caso as aulas presenciais retornem no dia 7 de junho, como quer Mauro Mendes. “O que será que o governador acha que vai acontecer colocando pessoas para dividir o mesmo espaço por horas, sem que se tenha ventilação adequada e sabendo que o risco de contaminação está em patamares elevados e subindo?”, questionou Henrique.

Além do cenário crítico quanto à pandemia em Mato Grosso, ainda existe o fato de que o estado figura entre os que menos aplicaram doses de vacina no país. “Nossa população não está vacinada. Os trabalhadores seguem enterrando colegas e familiares todos os dias e como se não bastasse, o governador vetou o artigo da lei que trata a essencialidade da educação, na parte em que exigia que os profissionais fossem vacinados antes do retorno presencial, ou seja, ele quer sacrificar os educadores a qualquer custo”, disse.

Entenda o veto sobre a exigência de vacina para os educadores

No dia (10/05), o governador Mauro Mendes sancionou com vetos e publicou no Diário Oficial a Lei 11.367, que torna a Educação um serviço essencial e abre caminho para a retomada das aulas presenciais em Mato Grosso. Entre os trechos vetados está justamente o que previa que as atividades só seriam retomadas após a imunização total dos profissionais da Rede Estadual de Ensino contra a Covid-19.

Já na última terça-feira (25/05), a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou parecer pela derrubada do veto do governador Mauro Mendes (DEM) à vacinação dos profissionais da Educação contra a Covid-19, o que inclui professores e técnicos da rede pública estadual como condicionante para a garantia do retorno das aulas presenciais na rede pública estadual.

Nesta quarta-feira (26//05), o veto do governador seria apreciado pelos parlamentares, mas a decisão foi adiada. Segundo o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), uma comissão de deputados será formada para debater o assunto com o Governo. 

Para o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, os deputados precisam se posicionar a favor da vida. “O mínimo que esperamos é a sensibilidade dos parlamentares em derrubar o veto e garantir que o retorno presencial das aulas ocorra somente com a vacinação dos trabalhadores da educação, já que o próprio governador admitiu em entrevista que o estado está prestes a sofrer impactos ainda mais graves da Covid-19”, disse.

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.

Cuiabá, MT - 26/05/2021 18:03:20


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