Pressão dos trabalhadores da educação pela vida é vitoriosa

Suspensas as aulas presenciais na rede estadual 

O governo Mauro Mendes voltou atrás no calendário de retorno das aulas presenciais na rede estadual. Após muitas manifestações dos trabalhadores da educação diante da falta de estrutura das unidades, dos números elevados do quadro de contaminação e mortes por Covid-19 em Mato Grosso, e ainda diante do reduzido número da população imunizada. O ato foi considerado como “no mínimo, de bom senso”. 

O anúncio de suspensão do início das aulas presenciais nas escolas nesta segunda-feira (31.05), semana de acolhimento, com retomada das aulas híbridas no dia 7 de junho, foi uma vitória da pressão do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso. 

Na última Assembleia Geral da categoria, no dia 21 de maio, os educadores deliberaram pelo não retorno presencial, e permanência das aulas remotas até que todos sejam vacinados e imunizados. Caso houvesse insistência do governo, nova Assembleia dia 7 de junho, poderia deliberar a greve, suspendendo inclusive o trabalho remoto. 

Para o dirigente estadual, Henrique Lopes, a decisão inicial do governo, de retorno às atividades, demonstra uma incompreensão sobre a situação da pandemia em Mato Grosso, dando a transparecer que a situação está controlada no estado. Resta agora entender se a portaria nº 333, que leva para dentro das escolas os profissionais para trabalho remoto, também está revogada. 

“O Mato Grosso é um dos estados que menos vacinou no país. Apenas 15% da nossa população recebeu a vacina, estamos entre os últimos no ranking nacional. Tivemos mais de 10 mil vidas perdidas, dessas, cerca de 200 foram de profissionais da educação e aproximadamente 40 vidas de crianças”, destacou. 

Para o Sintep/MT, a perspectiva de retorno, inicialmente manifestada pelo governo, era um anúncio de agravamento do número de óbitos. “A ação foi de bom senso é importante, contudo, é fundamental que os governantes tenham cautela e respeito com a vida das pessoas, até porque esse clima de retorno e não retorno, no meio da pandemia, tem gerado problemas psicológicos nos trabalhadores”, destacou Henrique Lopes. 

Relatos ao sindicato tem revelado o aumento do estresse dos trabalhadores/as da educação, que estão trabalhando mais horas do que o previsto no regime de trabalho, muito além do suportável. O trabalho remoto que estão desenvolvendo é muito mais difícil é complexo, gerando ansiedade maior do que as atividades presenciais. Os trabalhadores/as. estão atuando além daquilo que é a capacidade de suportar, o que tem gerado quadro de estresse gravídssimo. “A atuação que estão desenvolvendo hoje, é muito mais difícil do que aquelas em sala de aula. Os trabalhadores não estão parados, estão desenvolvendo as atividades de forma remota, se reinventando, gravando vídeos e desenvolvendo atividades que não fazem parte do cotidiano dos profissionais da educação. 

Diante disso, o dirigente conclui afirmando que, o processo de volta às aulas só deverá ocorrer com a imunização dos profissionais, “não basta vacinação será necessário imunizar para que os riscos sejam reduzidos no espaço das unidades escolares”.

Assessoria Sintep-MT   

Cuiabá, MT - 31/05/2021 10:58:53


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