A Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza, amanhã (15), manifestação em defesa da política de valorização do salário mínimo e do aumento para R$ 580,00. O ato, convocado para as 10 horas, em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília (DF), reafirma o combate às desigualdades sociais regionais, bandeira da entidade. A manifestação dialoga com a prioridade colocada pela presidente eleita, Dilma Rousseff, em erradicar a miséria no país. A manifestação foi deliberada durante a reunião da Executiva Nacional da CUT, em São Paulo, no último dia 09.
Na avaliação da Central, a manutenção da taxa básica de juros, por parte do Banco Central, em 10,75%, serve apenas aos interesses do capital especulativo externo, encarece o crédito e comprime o mercado interno. A manifestação também expressará o protesto da classe trabalhadora brasileira contra a possibilidade de corte de gastos nos investimentos públicos, nos recursos do próprio Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de arrocho nos salários dos servidores. Tais medidas, na compreensão da CUT, representam um retrocesso do crescimento e atentam contra o papel indutor e cada vez mais central do Estado no processo de desenvolvimento.
Preconceitos - Além da defesa do salário mínimo, a entidade rechaça as colocações expressas pelo deputado federal Cândido Vaccarezza que, em entrevista às páginas amarelas da Revista Veja, destilou desinformações e preconceitos contra o movimento sindical e os direitos históricos da classe trabalhadora. Na avaliação da Central, as desastrosas colocações do parlamentar vêm na contramão da proposta que venceu as últimas eleições presidenciais e nada mais são do que uma tentativa de colocar em pauta a agenda dos derrotados: ajuste fiscal, flexibilização das relações trabalhistas e reforma da Previdência.
Ao contrário do pensamento retrógrado do deputado, a CUT e o movimento sindical brasileiro já deram numerosas e inequívocas demonstrações de sua capacidade e de seu protagonismo, como ficou expresso nas marchas da classe trabalhadora a Brasília. São exemplos mais recentes desta ação o crédito consignado, a política de valorização do salário mínimo e a agenda positiva no combate à crise. Inclusive quando se pretendiam medidas recessivas, a CUT rejeitou qualquer proposta de redução de salários e direitos, defendendo os investimentos públicos na produção, com contrapartidas sociais.
A proposta de retirada da multa dos 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), defendida por Vaccarezza, somente contribuiria para agravar a enorme rotatividade da mão de obra, instrumento utilizado pelas empresas para rebaixar salários. Em vez deste descaminho, a CUT reitera para o papel do Congresso Nacional, que tarda em regulamentar a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que, ao coibir a dispensa imotivada, colocará um freio na onda de demissões.
É necessário discutir e aprovar mecanismos de combate à desenfreada terceirização, assim como é de responsabilidade do Congresso por fim ao famigerado Fator Previdenciário, mecanismo de arrocho inventado pelos tucanos para reduzir em até 40% os benefícios dos aposentados e pensionistas. Além disso, há inúmeras outras propostas esquecidas pelos parlamentares, como a Reforma Sindical, que desde 2006 encontra-se engavetada.
Ainda na próxima quarta-feira, a CUT estará, ao lado dos movimentos sociais, participando na Capital Federal do encontro com o presidente Lula, para reiterar a defesa do reajuste do salário mínimo para R$ 580,00.



Cuiabá, MT - 14/12/2010 00:00:00


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