Após circular por oito municípios do Estado terminou em Cuiabá, no final de junho, mais uma edição das audiências públicas coordenada pelo deputado estadual Wilson Santos para tratar sobre o atual modelo de organização curricular que as escolas do Estado desenvolvem. O argumento foi debater o modelo curricular presente nas escolas estaduais - a chamada escola Ciclada (Ciclo de Formação Humana) - frente as deficiências enfrentadas para a formação das crianças e adolescentes. Os debates muito pouco ou em nada contribuíram para corrigir as falhas da atual organização.
Para a secretária de Políticas Sociais do Sintep-MT, Maria Celma de Oliveira, presente em duas das oito audiências realizadas, o atual governo afirma que a educação é prioridade da sua gestão, no entanto, deixa de cumprir a constituição estadual estabelecendo prazos para ampliar o financiamento da educação conforme artigo 245 e PEE. Para garantir a qualidade da educação é preciso profissionais de carreira, valorização salarial, jornada única com dedicação exclusiva, infraestrutura para as unidades, e condições dignas de trabalho.
Por mais que as escolas tenham autonomia para escolher qual organização curricular desenvolver, a proposta curricular é apenas uma parte de um todo. Para o Sintep, é impossível falar em qualidade da educação quando existem escolas sem bibliotecas, por exemplo. O Estado deixa de garantir as condições mínimas para que o estudante aprimore o seu conhecimento. A falta de financiamento agrava qualquer projeto, ciclo ou série.  “O governo precisa começar cumprindo a lei da dobra do poder compra, política de valorização salarial dos profissionais e realizar o concurso público, rever a política de isenção e renúncia fiscal, que tem retirado recursos significativos da educação”, destaca Maria Celma.
Durante o debate, a professora Regina Borges, contextualizou a discussão comparando ciclo e série. Citou a constituição federal e LDB e fortaleceu à autonomia da escola em organizar sua proposta curricular. Ela apontou para a necessidade de superar a dualidade ciclo ou série. A necessidade de repensarmos a educação em que formos formados e a educação que queremos. Defendeu a proposta ciclo de formação afirmando que o retorno ao seriado seria retrocesso.
A professora Mabel que integrou a equipe de implantação do Ciclo, no governo Dante de Oliveira, afirmou que a proposta de ciclo nunca saiu do papel, que a organização da escola e a infraestrutura permaneceram as mesmas. Segundo ela a proposta visava a integralidade do ser humano, temporalidade humana, progressão continuada levando em consideração idade e conhecimento, sala de superação, o(a) professor(a) articulador(a), (professor(a) de apoio), avaliação e Projeto Político Pedagógico.
O Sintep reforça o argumento, questionando qual modelo de escola foi implantada, a educação em tempo integral, em que os estudantes permaneçam o dia todo, com projeto político pedagógico que vá além das disciplinas básicas (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências), ou que se tenha garantido no quadro profissionais com dedicação exclusiva? A conclusão é que o Ciclo de Formação Humana como organização curricular inexiste nas escolas de Mato Grosso.
 

Assessoria/Sintep-MT

Ciuabá, MT - 14/07/2015 10:13:40


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