O Ministério da Educação (MEC) e a Controladoria-Geral da União (CGU) vão abrir uma investigação formal para identificar os responsáveis pela envio do material didático destinado à educação no campo que ensina que dez menos sete é igual a quatro. Os livros foram impressos e distribuídos a alunos de escolas multisseriadas, ou seja, de séries diferentes, de escolas públicas da zona rural do país. A portaria será publicada na segunda-feira (6), no Diário Oficial da União.
Em comunicado oficial, o MEC
reconhece que "erros de diagramação, editoração e revisão" foram constatados em
fevereiro, por especialistas contratados pelo órgão. Com isso, "os professores
de educação no campo foram orientados, então, a utilizar somente livros
didáticos em suas aulas".
No entanto, a suspensão do
uso do material didático só ocorreu quinta-feira (2), pelo ministro da
Educação, Fernando Haddad, após denúncia do jornal O Estado de S.Paulo, que
publicou nessa sexta-feira (3) que foram gastos R$ 13,4 milhões na impressão do
material didático com conteúdo errado. Os livros foram distribuídos para cerca
de 40 mil classes, que atendem 1,3 milhão de alunos.
No segundo semestre do ano
passado foram encontrados erros graves em 200 mil exemplares da coleção Escola
Ativa. No total, foram impressos 7 milhões de livros da coleção. A nota oficial
minimiza o erro ao afirmar que "o programa Escola Ativa atinge a menos de 1%
dos estudantes de escolas públicas de educação básica em todo o país".
Para analisar o material, o
MEC contratou uma comissão de professores universitários que "chegaram à
conclusão de que uma nova versão do material de apoio do programa Escola Ativa
só poderá ser reutilizada depois de uma discussão com os coordenadores do
programa, no próprio MEC".
Não existe previsão de
quando a investigação deve ser concluída, o prazo normal varia entre 30 dias,
além de prorrogação pelo mesmo período.