Em coro, as mulheres do Coletivo Nacional da CUT ensaiaram os versos que levarão ao plenário do 11º CONCUT nesta quinta (12) uma das questões que promete ser a mais polêmica do congresso cutista: a aprovação da paridade entre homens e mulheres na direção da Central. Em reunião na noite desta terça-feira, elas definiram as estratégias de luta para alcançar essa conquista que, se aprovada, será histórica não só para o Brasil, mas um exemplo para as centrais sindicais de todo o mundo.

A prioridade ao tema foi definida durante a 13ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores, que ocorreu em outubro do ano passado. A partir de então a questão foi aprofundada com a realização de um seminário nacional e com a contribuição dos debates promovidos nos Estados.

Três propostas foram definidas a partir de então: a da corrente O Trabalho, contrária à adoção da paridade; da Articulação Sindical, com paridade a partir de 2015; e da CSD (CUT Popular e Socialista), Articulação de Esquerda Sindical (AE) e Esquerda Popular Socialista-Sindical (EPS), que buscam a paridade já.

Em junho, o Coletivo Nacional de Mulheres chegou ao consenso para elaboração de uma proposta de resolução política e outra proposta de mudança estatutária como estratégia para garantir esse direito. Na avaliação de Rosane da Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora, "o central não é quando a paridade será aplicada, se agora ou em 2015. O central é que não se cometa o mesmo processo da cota de 30% para mulheres porque, em 1993, o mecanismo foi aprovado como resolução política, mas aplicado de acordo com a vontade política de quem está à frente da organização, e não como regra estatutária", explica a dirigente.

Mundo sindical precisa se abrir à participação das mulheres

O processo avançou desde a década de 1990, mas a mudança do estatuto se efetivou somente em 2008 nos sindicatos e ramos cutistas. "Se nós aprovarmos só uma proposta de resolução, em 2015 poderá não ser aplicada porque vem aquele discurso de que as mulheres não estão preparadas. No momento em que se alterar o estatuto, terá que ser cumprido porque é regra estatutária como qualquer outra da nossa Central", ressaltou Rosane. A secretária também destacou que o cumprimento da cota só está ocorrendo, efetivamente, a partir de 2012, graças a um processo rígido de fiscalização da CUT na composição das direções. "A fiscalização é fruto da mudança estatutária", afirmou.

Para Sônia Auxiliadora, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, "a perspectiva é pela aprovação com alteração no estatuto e, assim, já no próximo congresso, ter 50% de homens e 50% de mulheres para a direção da CUT Nacional e das estaduais. Além de todos os debates onde está incluída a questão da mulher, há a importância da mudança de pensamento e de conceito também no mundo sindical para que ele se abra realmente à participação das mulheres, e  para que possamos atuar juntos porque uma sociedade justa e igualitária só será feita pela nossa Central, a maior central da América Latina, governada por homens e mulheres", destacou a dirigente da CUT/SP.

 

Cuiabá, MT - 11/07/2012 00:00:00


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