Hoje (15), quando se comemora o Dia da Escola, o Sindicato dos
Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) reivindica mais investimentos
para este espaço público de maior importância para o desenvolvimento da população.
Entre as 720 unidades da rede estadual localizadas na zona urbana e rural são
inúmeros os problemas de infraestrutura que comprometem o aprendizado de
crianças, adolescentes e o trabalho dos profissionais da educação. O Sintep/MT aponta que nem mesmo as exigências mínimas dos prédios, com
bibliotecas, refeitórios, cozinhas e salas de aula adequadas que permitam o
desenvolvimento pedagógico, são adequadas para atender as cerca de 500 mil
pessoas, entre alunos e funcionários que dependem diretamente do ambiente
escolar somente na rede estadual. São cerca de 450 mil estudantes matriculados
e 50,6 mil técnicos, apoios administrativos e professores que circulam, estudam
e desenvolvem atividades educativas. As condições alarmantes de alguns colégios em Mato Grosso são variadas,
desde escolas que estão à espera de reforma, passando por reformas mal feitas,
prédios provisórios sem condições mínimas para permitir os estudos e unidades
pequenas, que não comportam mais a demanda de alunos. Existem escolas como a Maria Macedo Rodrigues, localizada no Mapim em
Várzea Grande, que conta com estrutura inapropriada. Desde a fundação em 1983 a
unidade nunca passou por reforma estrutural. O prédio ainda é baseado em
madeira, a cobertura é com telhas de amianto. Quando ocorre chuva as salas
ficam com o uso comprometido. Na última visita do Sintep/MT à escola, que atende 800 alunos, a
cozinha que fica ao lado da sala dos professores apresentava falta de energia
devido às condições vulneráveis da instalação elétrica. Em 2012 o Corpo de
Bombeiros apontava problemas graves como guarda de botijões de gás em salas
fechadas com outros materiais, parte elétrica e hidráulica necessitando de
reparos, além de problemas no forro e madeiramento. Mesmo as escolas construídas nos últimos estão com as condições
péssimas. Os colégios fundados a partir da última década, apesar de estrutura
mais nova, já apresentam necessidade de reformas. O Sintep/MT diz que a
qualidade empregada nas obras precisa ser revista, da mesma forma a contratação
das empresas que estão sendo responsáveis pelas construções e reformas.
Interior de Mato Grosso
Os problemas não estão restritos à Capital e Várzea Grande. Cidades que
servem de referência nas regiões como Sinop, Sorriso e Barra do Garças, também
estão no rol de escolas em condições críticas. Outros municípios como Pontes e
Lacerda, Peixoto e Azevedo, Claudia, Colniza, Vila Rica, Jaciara e Rosário
Oeste possuem unidades em funcionamento em prédios precários. O Sintep/MT chama atenção para a Escola da zona rural Florestan
Fernandes, fixada no assentamento Doze de Outubro em Claudia. Desde que foi
construída pela comunidade há anos o prédio é feito à base de madeiras de
compensado, telha de amianto e forro. A comunidade escolar não tem condições
mínimas para enfrentar o calor e a cozinha apresenta sérios problemas. Até hoje o projeto de construção da unidade
não tem expectativa de sair do papel. Em Pontes e Lacerda, a situação de precariedade provocou o atraso em 1
mês no início do ano letivo de 2013 devido às péssimas condições dos prédios. A
Escola Estadual Mario Spinelli apresenta problemas principalmente na rede
elétrica. Há necessidade de um transformador para aumentar a capacidade de
distribuição de energia, mas até o momento sem solução. Em Barra do Garças das 16 escolas estaduais 4 estão em estado crítico.
A Escola Estadual Luciene Cardoso de Oliveira está com o telhado horrível e
portas quebradas. Em Sinop as 18 escolas estaduais apresentam gargalos
diversos. Existem desde obras paralisadas até aparelhos de ar-condicionado
encaixotados devido à insuficiência da rede. Em Rosário
Oeste, a Escola Estadual João Calixto Bernardes está com sérios problemas, pois
não recebeu reforma desde a fundação na década de 80. As condições de
atendimento aos alunos agravam quando são avaliadas as salas anexas da educação
do campo, em prédios da rede municipal.Em péssimas condições de funcionamento, expostos a chuvas e sol,
educadores e alunos convivem em escolas sem teto, carteiras, água, segurança.