Unidade de Ribeirão
Cascalheira aguarda há 2 anos por reforma
O estado de greve promovido por funcionários da Escola Estadual Coronel Ondino Rodrigues Lima de Ribeirão
Cascalheira segue até o dia 24 de abril. A Comissão Especial, formada por 25
pessoas, para cobrar melhorias na infraestrutura da unidade, estabeleceu o
prazo de 1 mês para que a reforma seja iniciada. Caso a reivindicação não seja
atendida, pais, alunos, professores e representantes da cidade irão suspender
as aulas. Desde 2011 um pavilhão inteiro, onde eram realizadas aulas, reunião
de docentes, leitura e arquivados documentos, está inutilizado porque a
estrutura está sem telhado.
Pedidos oficiais de respostas urgentes à condição
precária da escola são feitas desde 2011 quando o telhado ameaçava cair. Uma
reforma iniciou, mas paralisou e a queda de toda estrutura ocorreu ainda
naquele ano. Em virtude da diminuição no número de vagas na escola e a
precariedade que se encontra o restante das dependências do colégio, a
sociedade resolveu protestar.
Desde o dia 26 de março funcionários, alunos,
pais resolveram instalar o estado de greve. O "aviso" ao governo estadual sobre
a situação da escola tem data para terminar e conta com apoio de toda
comunidade. O Ministério Público por meio do promotor José Vicente presta apoio
à causa e já realizou vistoria. A falta de estrutura elétrica adequada para
instalação de ar-condicionado, forro e cobertura foram levantados pelo MP.
Materiais ainda gerados pela derrubada do
telhado estão empilhados nos corredores e enferrujando no ambiente. Diante do
cenário a estudante do 2° ano do Ensino Médio Pamela Estefane, 15, conta que
durante as aulas as goteiras prejudicam os estudos nas salas e fios da rede
elétrica expostos denotam o caos da única escola estadual pública da cidade.
São 860 alunos atendidos diretamente na
unidade. Outros 200 estudantes matriculados na Escola Estadual Coronel Ondino Rodrigues Lima estão
dispostos em 12 salas anexas na zona rural de Ribeirão Cascalheira.
A diretora Célia Machado diz que o momento é de
manifestação e de pressão por medidas urgentes, pois todas as tentativas
oficiais não tiveram efeitos nos últimos anos. Após a manifestação em uma
passeata realizada na cidade dia 26 de março, a Comissão decidiu ir à Cuiabá
falar com as autoridades e estabelecer o prazo.
Na última semana 12 pessoas da Comissão,
incluindo 2 vereadores de Ribeirão Cascalheira, Aluizio Cuiabano (PDT) e Elizeu
Parga (PDT), estiveram reunidas com o secretário de estado da Educação Ságuas
Moraes. Em outra audiência os membros apresentaram a situação da escola ao
vice-governador Francisco Daltro e aos deputados Eliene Lima e Airton
Português.
Em ambas as reuniões a comunidade escolar não teve resposta imediata
sobre prazos. "A gente passou a situação ao Ságuas e ele falou que dependerá da
suplementação ao orçamento para depois fazer a licitação. Mas, há 30 anos
estamos sem quadra esportiva na escola. Não podemos esperar", diz a mãe e
professora Cecília Oliveira Barros. Ao todo, 58 funcionários trabalham na
unidade.
Para a direção do Sintep/MT, a
Seduc não dispõe de um orçamento suficiente para atender as demandas da rede
pública estadual de Mato Grosso. "As coisas só não estão piores, porque o
governo do estado está repassando para a rede municipal todo o atendimento dos
anos iniciais do ensino fundamental, situação que é lucrativa para o governo do
Estado. Em muitas cidades, o governo deveria estar construindo escolas, a
exemplo de Várzea Grande e em muitas outras. Reformas são urgentes, mas a
prioridade do Governo Silval Barbosa não é a educação, por isso as dificuldades
de falta de recursos, tanto financeiros quanto de pessoal, tende se aprofundar,
o que é lamentável para um estado com tanta riqueza", afirma Henrique Lopes
Nascimento, presidente do Sintep/MT.